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ARTIGOS Quinta-feira, 23 de Maio de 2019, 17:34 - A | A

Quinta-feira, 23 de Maio de 2019, 17h:34 - A | A

BR-163: da realidade à frustração

João Edisom de Souza

Foto: Gláucia Almeida

Joao Edisom

 

São 19 municípios as margens da BR 163 que estão compreendidos somente na extensão concedida, entre eles a capital mato-grossense, Cuiabá, e as cidades de Rondonópolis, Nova Mutum, Lucas do Rio Verde, Sorriso e Sinop, principais produtores agrícolas do estado campeão na produção de grãos e leguminosas.

 

Por isso também estava previsto a construção de 20km de um rodoanel (em 5 diferentes cidades) e 44 km de vias marginais. Os números registrados pela empresa responsável pela concessão são impressionantes, tais como: o número mensal de veículos que roda nos 850,9 quilômetros sob concessão na BR-163 são de 65 mil, dos quais 60% são de cargas. 

 

O registro de acidentes, só no primeiro trimestre de 2019, foram de 853 no trecho sob concessão da BR-163. O número é 6% menor se comparado com o mesmo período do ano passado, quando foram registradas 906 ocorrências. 

 

Esta melhoria no índice é porque aumentou o trecho duplicado entre Cuiabá e Rondonópolis. Para se ter uma ideia do que isso significa, basta analisarmos os números de 2018, quando foram registrados 107 óbitos no trecho da BR-163/364 sob concessão. Imagina como era antes e como será quando estiver toda duplicada! 

 

Quantas vidas serão salvas. Quando comparados os dados entre 2018 e 2013 (último ano da BR-163 sob responsabilidade do Governo Federal) chegamos a uma redução de 26% no número de mortes. Em 2013, portanto antes da atuação da Rota do Oeste, foram registradas 146 mortes no mesmo trecho. 

 

Os números demonstram que o aumento dos trechos duplicados e os serviços realizados pela Rota do Oeste na BR-163, como manutenção de pavimento, roçada, socorro médico e limpeza da pista, refletem diretamente na segurança e salvam vidas. Nem coloco aqui o prejuízo material que era causado nos veículos que por esta estrada trafegavam. 

 

A questão agora é a seguinte: porque ainda não está totalmente duplicada? As praças de pedágio já funcionam! 

 

As datas previstas no ato da concessão não estão sendo cumpridas conforme contrato. Mas este tema é para o artigo da próxima semana, quando tratarei das responsabilidades pelos prejuízos econômicos ao Estado e pelas vidas que poderiam ter sido salvas caso o contrato tivesse sido respeitado.

 

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