Domingo, 12 de Maio de 2024

ARTIGOS Sábado, 10 de Agosto de 2019, 12:00 - A | A

Sábado, 10 de Agosto de 2019, 12h:00 - A | A

O nosso pai e a força que vem dele

Sani Neves

Olhar para os nossos pais e compreender que antes de serem pais, eram seres humanos, e reconhecer que mesmo com todas as dificuldades de seu tempo , carências, frustrações e limitações, em algum momento, nos conceberam e só existimos porquê eles admitiram o mais importante: a vida! Na sociedade atual, é inegável que o papel da mãe tem sido preponderante, no entanto, esta deve estar atenta para possibilitar o movimento dos filhos até o pai.

 

Se desde a gestação ela esteve mais ligada aos filhos provendo o alimento, o afeto e a proteção, chega o momento em que o papel do pai é essencial para o filho, se ela diz: 'não suba você pode cair!', o pai é aquele que encoraja o filho a subir e sabe que se o filho se machucar, isto será, até certo ponto necessário para que o filho ou a filha adquiram coragem para ir para a vida! 

 

Neste texto, trarei a importância do papel do pai, segundo a Constelação Sistêmica de Bert Hellinger, Terapêuta nascido na Alemanha em 1925 e vivo até hoje, formado em Teologia, Pedagogia, Filosofia, também formou-se em Psicanálise, estudou Dinâmicas de Grupo, Terapia Primal, Análise Transacional e métodos hipnoterapeuticos, ele elaborou a terapia que vem conquistando espaços dentro dos consultórios, escolas e tribunais, trazendo possíveis soluções onde havia apenas dor, sofrimento, limitações e dificuldades que impossibilitavam a paz, a harmonia, e o sucesso no amor, na profissão ou nos negócios. 

 

Em suas observações, Hellinger identificou que aquele que reverência o pai, assente a vida do modo como a recebeu, com o seu destino, chances e limitações fica livre para seguir na vida. E assim, com a alma repleta de força, parte em busca dos seus sonhos, para conquistar objetivos, se arriscar e fazer algo de bom com a vida que recebeu. 

 

Em contrapartida, o filho queixoso, que olha para o pai com rejeição, crítica ou qualquer tipo de cobrança e julgamento, encontra dificuldades, é como se dissesse não à vida, renegando cinquenta por cento de sí, do DNA, e tudo o que recebeu deste homem que por ter escolhido a sua mãe, tornou-se o seu pai. 

 

É comum há pergunta: e quando à uma separação dolorosa? E quando o pai não foi bom para a mãe? É muito importante que nestes casos os adultos não compartilhem com os filhos as dificuldades do casal, deixá-los fora desse contexto é uma grande prova de amor, pois não dariam conta, da dor da mamãe ou do papai. Em uma separação é bom para os filhos que tenham a segurança de que o pai e a mãe continuarão sendo os seus pais. Colocá-los no meio de um conflito de casal gera uma série de consequências negativas, pois os filhos necessitam dos dois, pai e mãe, para irem bem na vida. 

 

Na pior das hipóteses, evitar críticas e falar mal do pai da criança já estará sendo bastante benefíco para a sua saúde mental e emocional. Neste Dia dos Pais, dedique alguns minutos para meditar a seguinte frase: ' Pai, eu tomo a vida que recebi de você e vou fazer algo de bom dela.' Para aqueles que ainda na vida adulta encontram dificuldades para tomar o pai, ainda que este já tenha falecido, a Constelação poderá ser benéfica e trazer a harmonia necessária para está relação. 

 

Sani Neves é psicóloga e terapêuta.

CRP 18/01332. Terapêuta EMDR. Const. Sistêmica Familiar. Practitioner PNL