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CIDADES Quinta-feira, 03 de Outubro de 2019, 11:16 - A | A

Quinta-feira, 03 de Outubro de 2019, 11h:16 - A | A

NA MIRA DA LEI

Jornalista que assediou sexualmente colegas é exonerado da AL

Rafael Medeiros - O Bom da Notícia

(Foto: Reprodução)

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Nesta última quarta-feira (02), o deputado estadual Ulysses Moraes (DC) exonerou o jornalista Leonardo Heitor Miranda Araújo, que trabalhava no gabinete do parlamentar na condição assessor parlamentar.

 

O jornalista de 38 anos foi denunciado nesta última terça-feira (01), por pelo menos 10 mulheres, muitas delas jornalistas, por importunação sexual e perturbação do sosssego. Algumas, inclusive, com problemas emocionais e até com Síndrome do Pânico, após viverem longos dias de chantagem feita pelo jornalista, como forma de intimida-las.

 

O Boletim de Ocorrência feito de forma coletiva foi confirmado pela Polícia Civil, que revelou - por meio de nota -, que algumas vítimas procuraram a Delegacia Especializada de Defesa da Mulher em Cuiabá para denunciar o profissional. E ainda que as investigações serão iniciadas pela equipe da DEDM Cuiabá. E que para preservar a identidade das vítimas e evitar exposição desnecessária, os nomes foram mantidos em sigilo, assim como, seus depoimentos.

 

Por meio de nota, o deputado Ulysses Moraes afirma que a exoneração do assessor vale, retroativamente, deste o dia 1 de outubro. E ainda que teria tomado conhecimento das denúncias com surpresa e apreensão

Leonardo Heitor usava na maioria das vezes, perfis falsos para realizar suas abordagens sexuais, comumente pelo WhastApp, com DDD de outros estados, e ainda com nome e fotos de outra pessoa.

 

“Nas abordagens, mandava a foto do pênis [exibindo a performance de que seria proprietário de um pênis avantajado de 24 cm]. E quando bloqueado pelas vítimas continuava importunando-as, utilizando outros números”.

 

Também por meio de nota, o parlamentar afirma que a exoneração do assessor vale, retroativamente, deste o dia 1 de outubro. E ainda que teria tomado conhecimento das denúncias "com surpresa e apreensão".

 

Lembrando que todos os servidores da Assembleia precisam apresentar seus antecedentes e certidões negativas, e em nenhum momento houve qualquer denúncia ou comunicação junto ao gabinete quanto a posturas reprováveis do servidor.

 

"O referido servidor apresentou atestado médico para afastamento pelo período de 30 dias e desde terça-feira (01/10) não se encontra trabalhando no gabinete". (Veja abaixo a nota na íntegra).

 

O jornalista chegou a ser indiciado em Vitória e Vila Velha (ambos no Espírito Santo), onde chegou a morar, por utilizar do mesmo “modus operandis” , e já com audiências marcadas para novembro.

 

E realizou a mesma manobra 'doentia' em Brasília, onde também chegou a trabalhar por algum tempo. Um destes perfis usados por ele era de um amigo, que chegou a fazer um desabafo no seu Facebook, atônito, com o absurdo do assessor, quanto a utilização de suas fotos e as características de seu biotipo[o nome será mantido em sigilo como forma de também não o expor], para assediar as mulheres, revelando que era moreno e tinha um corpo musculoso e, claro, 24 cm de pênis.

 

Em Cuiabá, após um artigo publicado em um site da capital, em que uma jornalista revela como teria recebido uma 'cantada rasa' e, assim, teria decidido tornar o assédio em uma análise, por meio de artigo, revelando algumas das citações feitas pelo assessor, muitas outras mulheres que tinham, igualmente, sido assediadas, reconheceram frases comumente utilizadas por ele e, para se certificarem se era a mesma pessoa, acabaram criando um grupo no aplicativo WhastApp. Onde, enfim, após alguns dias trocando informações, souberam se tratar da mesma pessoa. Depois de algumas consultas jurídicas, resolveram quebrar o siêncio, se uniram e fizeram um boletim de ocorrência contra ele.

 

Acuado ou arrependido [difícil saber], já que as informações sobre ele já haviam vazado em vários grupos de jornalistas de Mato Grosso, sobre o assédio realizado em pelo menos, até agora, três Estados, o assessor nesta quarta-feira (2), encaminhou mensagem para algumas das jornalistas que foram importunadas e para outras que o haviam indagado dias antes sobre o assunto.

 

Em trecho da mensagem ele pede perdão pelos atos cometidos, lembrando que teria perdido tudo na sua vida, após a descoberta de suas importunações sexuais. " [...] Perdi tudo... Perdi amigos e amigas, a mulher que amo, minha dignidade, meu nome, enquanto profissional, meu emprego e até mesmo minha casa[...]".

 

Nota à imprensa do deputado Ulysses Moraes

 

Referente às matérias em destaque na mídia quanto a um de nossos colaboradores, o gabinete do deputado Ulysses Moraes vem a público esclarecer que:

 

- Tomamos conhecimento das denúncias com surpresa e apreensão. Todos os servidores da ALMT precisam apresentar seus antecedentes e certidões negativas, e em nenhum momento houve qualquer denúncia ou comunicação junto ao gabinete quanto a posturas reprováveis do servidor.

 

- O referido servidor apresentou atestado médico para afastamento pelo período de 30 dias e desde terça-feira (01/10) não se encontra trabalhando no gabinete.

 

- Devido à gravidade das denúncias, decidimos pela exoneração do referido servidor, a ser operacionalizada pela Secretaria de Gestão de Pessoas da Assembleia Legislativa de Mato Grosso, de forma que o próprio servidor possa se concentrar em sua defesa.

 

Reafirmamos nosso compromisso com a sociedade em prol da mulher.

 

Esperamos que as autoridades competentes apurem as denúncias e tomem as medidas cabíveis de acordo com o resultado das investigações.

 

Gabinete do Deputado Ulysses Moraes.