Expoente quando o assunto é Turismo, Jaime Okamura é atualmente o presidente do Conselho das Entidades do Turismo de Mato Grosso. Antes já respondeu pelas pastas do Turimo no governo estadual e municipal.
Em entrevista ao site O Bom da Notícia ele fez um balanço do legado que a Copa do Mundo de 2014 trouxe para o Estado, em especial as cidades de Cuiabá e Várzea Grande. Na última semana completou-se 10 anos que a capital foi escolhida como uma das cidades-sedes do Mundial.
Para Jaime, apesar de o evento ter sido importante na divulgação de Cuiabá para o mundo, se dependesse dele, não teria trazido o evento. “Não soubemos utilizar a oportunidade. A Copa por si, foi algo excelente, todo mundo queria a Copa, mas a gestão é que foi o problema. A herança que estamos tendo é por conta disso [da corrupção], avaliou ele.
Okamura observou que grande parte das cidades que sediaram o evento tiveram problemas com obras superfaturadas e desvios de recursos públicos. A Fifa anunciou em 2009 que Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte, Porto Alegre, Brasília, Curitiba, Salvador, Recife, Natal, Fortaleza, Manaus e Cuiabá seriam as cidades-sedes.
“Viram facilidades naquele momento. Em quase todas as cidades sedes são investigados casos de superfaturamento. Dos governadores presos e condenados, a maioria é onde foi cidades-sedes da Copa, porque teve muitos recursos liberados. Foi muito dinheiro!”
“Viram facilidades naquele momento. Em quase todas as cidades sedes são investigados casos de superfaturamento. Dos governadores presos e condenados, a maioria é onde foi cidades-sedes da Copa, porque teve muitos recursos liberados. Foi muito dinheiro! A Copa em si é grandiosa, mas a forma como foi feita... O legado do que sobrou foi a pior que existe”, disse ele.
ESTRANGULAMENTO DA ECONOMIA
Uma das principais consequências negativas que a Copa do Mundo trouxe se deu pela escolha do VLT como modal de transporte. O veículo até hoje não foi implantado, mas consumiu dos cofres públicos mais de R$ 1 bilhão, e “rasgou” as cidades de Cuiabá e Várzea Grande para colocação dos trilhos.
Caso a Justiça decida pela rescisão do contrato, o Estado ainda terá que arcar com o seguro e manutenção das composições, que chegam a um custo estimado em R$ 14 milhões por ano. A cidade de Várzea Grande amarga o pior legado da Copa, mesmo após 10 anos.
Ocorre que a Avenida da Feb ainda permanece com o canteiro em toda sua extensão completamente destruídos, com pontos de obras inacabadas e diversos blocos de concreto que permaneceram abandonadas por conta do VLT.
“Muita gente chegou a falir, como por exemplo, um hotel que foi transformado em um órgão, público, outro colocou à venda todo mobiliário para tentar amenizar o prejuízo. Foi o VLT [que trouxe mais danos], porque interditaram a avenida, reviraram tudo e não finalizaram a obra. Quem vai recuperar o prejuízo dos empresários que foram prejudicados por essas obra? O pessoal da Prainha, da Avenida dos Trabalhadores, da Avenida Feb...”, avaliou Okamura.
Reprodução
Avenida Feb ainda permanece com as obras do VLT paralisadas
De acordo ele, antes da Copa do Mundo a capital mato-grossense contava com aproximadamente 6 mil leitos de hotéis. Pensando no movimento da Copa e na expectativa de maior procura pelos atrativos de Mato Grosso após o evento, o setor hoteleiro investiu em estrutura e dobrou o número de leitos às vésperas do Mundial, chegando a 17 mil.
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