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CIDADES Quarta-feira, 13 de Junho de 2018, 11:20 - A | A

Quarta-feira, 13 de Junho de 2018, 11h:20 - A | A

RECLAMAÇÕES TRABALHISTAS

Sindicalista denuncia chantagem para retirada de benefício a enfermeiros

Karollen Nadeska, da Redação

Funcionários contratados da Saúde Pública de Cuiabá estariam sendo chantageados para votar a retirada de um benefício concedido pela Prefeitura Municipal, o “Prêmio Saúde”. A denúncia partiu da presidente do Sindicato dos Auxiliares e Técnicos de Enfermagem do Estado (Sindpen-MT), Egleis Arantes Mendonça, que revelou que uma assembleia sindical foi convocada para debater 3 itens relacionados as deficiências da saúde e o indicativo de greve. No entanto, o presidente geral da categoria, Dejanir Soares, teria utilizado da ocasião para tentar forçar uma pauta já votada pelos sindicalistas, a pedido da prefeitura.


“Ele veio mostrando a proposta da prefeitura que era da retirada do prêmio: ‘Paga-se a letra A1 e retira-se o Prêmio Saúde’. Aí foi dito para ele que isso já havia sido votado e ninguém vai abrir mão do prêmio. Depois de muito tempo que ele tocou nos assuntos da pauta”, disse Egleis ao O Bom da Notícia.


De acordo com a sindicalista, três assuntos foram arrolados na pauta de ontem, entre eles: o não cumprimento dos acordos realizados na Central de Conciliação do Tribunal de Justiça de Mato Grosso, referente aos servidores contratados e aos aptos para se aposentarem; o descaso da municipalidade quantos às péssimas condições de trabalho nas unidades de saúde de Cuiabá; e a deliberação da greve geral da categoria. Porém, o presidente do Sindicato dos Enfermeiros (Sinpen), Dejanir, teria agido em favor dos gestores municipais.


“A categoria não está sendo ouvida. Nós estamos abandonados na Câmara Municipal de Cuiabá. Várias vezes eu estive lá pedindo que fosse cumprida a legislação, que não retirasse o direito dos servidores, pedi pelo amor de Deus para que eles fossem fiscalizar esse tipo de coisa. É lamentável, a enfermagem está abandonada, sem condições de serviços, além de faltarem materiais a gente ainda tem que passar por isso. Aí chega na hora, o presidente do sindicato que deveria juntar forças, agora novamente colocar em pauta uma coisa que não estava prevista”, desabafou.


A representante do Sindicato explicou ainda que por não possuir a carta sindical, o Sindpen fica restrito de representar legitimamente os servidores, por este motivo é vinculado a classe dos enfermeiros, e que chegou a ser ameaçada pela sua atuação no encontro dessa terça-feira.


“Fui ameaçada por não ter a carta sindical. Ele me falou: Olha é melhor você ficar quieta porque esse sindicato nem existe. O sindicato foi criado justamente porque nós pedimos para que a lei não fosse levada adiante, sendo que isso seria um retrocesso. Então ele [sindicato] foi construído através de erros”, contou a reportagem.

 

Contudo, Egleis relatou que funcionários do Pronto Socorro e demais unidades vem sofrendo “assédio moral” desde que mudou a gestão, em razão da não retirada do benefício, podendo acarretar atraso de salários dos contratados.


“O assédio eu não sei que foi que fez com os servidores do Pronto Socorro e também de todas as outras unidades de saúde e agora estão fazendo a pressão para a retirada do prêmio. Mas, eu fiz essa denúncia na Câmara dos Vereadores pedindo que fosse cumprida a legislação, que não retirasse o direito dos servidores, pedindo que vão fiscalizar o assédio que vem ocorrendo com os servidores, a enfermagem está abandonada”, lamentou a servidora.


De acordo com a representante da classe, apesar do conflito interno, os servidores decidiram não deliberar a greve no município, devido à demanda de pacientes que irão ser impactados, pois já sofrem com a falta de insumos e medicação cotidianamente. Por meio do presidente Dejanir, a prefeitura também havia se comprometido a enviar no prazo de 15 dias, um caminhão com materiais novos para as unidades.


Outro lado


A reportagem entrou em contato com o presidente do sindicato dos Enfermeiros, Dejanir Soares, através de ligações, porém, não foram atendidas até a publicação.