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CIDADES Quarta-feira, 15 de Maio de 2019, 10:11 - A | A

Quarta-feira, 15 de Maio de 2019, 10h:11 - A | A

CAOS NA EDUCAÇÃO

Professores e alunos aderem à paralisação contra bloqueio nos orçamentos de universidades

Rafael Machado - O Bom da Notícia

Professores, alunos, servidores de universidades, institutos federais e movimentos sindicalistas de Mato Grosso aderiram à paralisação geral da Educação e realizam atos, nesta quarta-feira (15), para alertar à sociedade sobre os impactos do contigenciamento anunciado pelo Governo Federal no orçamento das instituições.

 

O diretor geral da Associação dos Docentes da Universidade Federal de Mato Grosso (Adufmat), Aldi Nestor de Souza diz que a medida compromete o desempenho e avanços da universidade que, segundo ele, já vinha enfrentando dificuldades financeiras.

 

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Após o Ministério da Educação (MEC) anunciar o contingenciamento, a reitora da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), Myrian Serra, alertou que em Mato Grosso, haveria congelado de R$ 34 milhões na estimativa orçamentária prevista para 2019, o que “leva à beira de um retrocesso inimaginável”. O reitor do Instituto Federal de Mato Grosso (IFMT), Willian Silva de Paula, disse que a medida refletiu em um bloqueio no orçamento de R$ 31 milhões.

 

Os atos começam na manhã desta quarta com panfletagens nos câmpus das universidades federais no Estado. Às 14h, haverá um ato unificado na Praça Alencastro, em Cuiabá.

 

O diretor da Adufmat revelou que as manifestações de hoje fazem parte de uma agenda de luta que segue até o dia 14 de junho, quando ocorrerá uma paralisação nacional dos trabalhadores contra a proposta que altera a previdência.

 

Para ele, o governo federal está tratando a Educação como uma moeda de troca para que seja aprovada a Reforma da Previdência.

 

“Os cortes foram anunciados no mesmo dia em que o ministro falou que se a reforma for aprovada pode ser que os cortes sejam suspensos, dando a clara noção que a educação está sendo uma moeda de troca para aprovar uma coisa mais grave”, disse Aldi.

 

Além da mobilização de Cuiabá, haverá atos nos câmpus da universidade em Sinop e Araguaia.

 

Alertas

 

Em nota à sociedade, a reitora reiterou que na UFMT tem 113 cursos de graduação, sendo 108 presenciais e cinco na modalidade a distância, em 33 cidades do Estado, com mais de 25 mil estudantes. Ainda pontuando que a universidade de Mato Grosso tem o conceito 4, na escala de 1 a 5, da avaliação do Ministério da Educação.

 

“Buscamos atingir o 5. E falta pouco. O desafio esbarra na ausência de recursos financeiros para o apoio à pesquisa, à extensão e ao ensino de qualidade; para a conclusão de obras (salas de aula e laboratórios); para a aquisição e manutenção de equipamentos e, principalmente, para a contratação de pessoal. Faltam vagas de professores e técnicos. Embora pactuadas com o Governo Federal, as vagas não foram disponibilizadas para concurso público”, diz trecho do comunicado da reitora.

 

“Isso abrange os novos cursos de medicina, em Rondonópolis e Sinop e o Câmpus de Várzea Grande. Professores e servidores técnicos superam este cenário de restrição e atuam exaustivamente para cobrir falhas que não são de sua responsabilidade. A gestão pública precisa ultrapassar os mandatos, cumprir os compromissos assumidos, em todos os níveis, sob pena de recomeçarmos o país, o Estado e municípios e instituições públicas a cada 4 anos”, ressalta.

 

Ao fim, ela dispara que o “ataque ao orçamento” das universidades federais é uma agressão frontal a qualquer oportunidade de desenvolvimento do país e pede apoio da sociedade.

 

O reitor do IFMT, Willian Silva de Paula, também divulgou uma nota à comunidade alertando que a medida refletiu em um bloqueio no orçamento e poderá implicar em um rigoroso replanejamento das ações previstas para serem desenvolvidas pela instituição em 2019.

 

“Desta forma, pedimos o apoio da comunidade universitária, da sociedade de Mato Grosso, dos parlamentares federais e estaduais para que a UFMT, um patrimônio da sociedade mato-grossense e brasileira, não seja precarizada. Tempos difíceis fazem os fortes! Fortalecemo-nos então”, alertou através do comunicado.

 

Ação

 

A Comissão de Educação da Assembleia Legislativa ingressará com uma ação civil pública contra o corte de recursos para a Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) e para o Instituto Federal de Mato Grosso (IFMT) anunciado pelo Governo Federal, por meio da Procuradoria-Geral, vai recorrer à Justiça Federal de Mato Grosso por se tratar de recursos da União.