Os servidores da rede estadual de Educação agendaram uma série de manifestações ao longo da semana, após decidirem pela continuidade da greve geral, em assembleia realizada na tarde desta última segunda-feira (5).
Os trabalhadores cruzaram os braços no dia 27 de maio aguardando uma proposta do governo que atenda as principais pautas de reivindicação da categoria, entre elas o reajuste salarial previsto na Lei Complementar 53, de 7,69%.
Na manhã desta terça-feira (6), os grevistas fecharam parte da pista da ponte Sérgio Motta (que liga Cuiabá e Várzea Grande) para protestar contra decisões contrárias ao movimento e o anúncio da Procuradoria-Geral do Estado (PGE) de que após a Justiça decretar a greve ilegal, os servidores teriam um prazo de 30 dias para retornarem ao trabalho, caso isso não ocorra, correriam o risco de serem demitidos por meio da abertura de um Processo Administrativo (PAD).
Na agenda de mobilização da greveainda está previsto para esta terça, atos em Várzea Grande. Na quinta-feira (8), serão feitos mobilizações na MT-251 entre Cuiabá e Chapada dos Guimarães, com atos simultâneos deliberados pelos municípios.
Paralelamente, vão ocorrer atos que resultem em arrecadações para a categoria que tiveram seus pontos cortados e estão sem recebem há mais de dois meses. Estas ações acontecem nesta quarta-feira (7), em frente ao Pantanal Shopping, e na sexta-feira (9), na Praça do Porto, em Cuiabá.
Na próxima terça-feira (13), os servidores participam de uma paralisação nacional da educação pública contra a Reforma da Previdência.
Após reunião com os deputados da base governista, nesta segunda, Mendes explicou como será a proposta do governo na concessão da Revisão Geral Anual (RGA) e no reajuste salarial, estabelecido pela Lei Complementar 510, de 7,69%.
Segundo o democrata, os benefícios estão previstos para o ano que vem, condicionando, entretanto, os benefícios às mudanças esperadas como, por exemplo, que o estado consiga ficar abaixo do teto estabelecido pela Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) de 49% com gastos de pessoal.
O ex-presidente e atual secretário do Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso (Sintep-MT), professor Henrique Lopes, disse que a proposta apresentada pelo governador Mauro Mendes (DEM) não atende alguns pontos reivindicados pela categoria que está em greve há 71 dias.
Entre os pontos faltosos no documento estão o chamamento dos aprovados no último concurso público da Educação.
Ilegalidade
A desembargadora do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT), Maria Erotides Kneip, declarou abusividade do movimento grevista e determinou o retorno dos servidores em três dias, sob pena de multa diária de R$ 150 mil ao sindicato.
Na decisão, a desembargadora ainda determinou que no prazo de 15 dias, o Sintep deverá apresentar um calendário de reposição de aula. Ela também manteve a proposta ofertada pelo Estado, por ocasião de audiência conciliação, nos sentido de pagar os dias descontados daqueles profissionais que aderiram ao movimento.
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(Crédito do vídeo: Patrícia Xavier)