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BRASIL & MUNDO Quarta-feira, 07 de Agosto de 2019, 09:47 - A | A

Quarta-feira, 07 de Agosto de 2019, 09h:47 - A | A

BRASIL

Fala de presidente é retórica, diz ministro

Brasília A/E

O ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), considerou nesta terça-feira, 6, um “arroubo de retórica” a fala do presidente Jair Bolsonaro, que, em entrevista exclusiva ao jornal O Estado de S. Paulo, disse que não pretende indicar um “xiita” da questão ambiental nem das minorias para a chefia da Procuradoria-Geral da República (PGR).

 

Marco Aurélio também elogiou a atuação da atual procuradora-geral da República, Raquel Dodge, à frente do órgão nos últimos dois anos, e afirmou que ela merece “seu aplauso” pelo trabalho desempenhado até aqui. 

 

“É um arroubo de retórica, né. Faz parte do contexto atual do Brasil o arroubo de retórica”, disse Marco Aurélio, ao ser indagado sobre a declaração de Bolsonaro. “Cabe ao presidente definir a escolha dele, e ele não está preso a qualquer lista (a Constituição não obriga Bolsonaro a escolher obrigatoriamente para a PGR um dos nomes da lista tríplice elaborada pela Associação Nacional dos Procuradores da República após votação interna).” 

 

O mandato de Raquel Dodge, que tenta sua recondução por mais dois anos, termina no dia 17 de setembro e Bolsonaro já disse que fará a escolha até a semana que vem. 

 

Quando assumiu o cargo, em 2017, Raquel colocou a defesa do meio ambiente e dos direitos humanos como suas prioridades. Indagado se Raquel Dodge seria um bom nome para seguir à frente da PGR, Marco Aurélio respondeu: 

 

“Sem dúvida alguma. Ela tem meu aplauso pelo cumprimento desses dois anos.” Parte dos ministros do Supremo faz campanha nos bastidores para influenciar o presidente Jair Bolsonaro a dar um segundo mandato para Raquel.

 

Ao mesmo tempo, o presidente tem intensificado o contato com o subprocurador-geral Augusto Aras, que despontou como um dos cotados para o cargo.