Caiu por terra nesta terça-feira (15), a declaração do deputado federal por Mato Grosso, o pesselista Nelson Barbudo, que vinha assegurando que não existiria uma crise, do tamanho propagado pela imprensa, entre o presidente da República e Luciano Bivar, apesar das críticas feitas publicamente por Jair Bolsonaro ao presidente de sua sigla.
Bolsonaro disse, recentemente, em conversa com um apoiador na saída do Palácio da Alvorada, que quer ser candidato a vereador em Recife, terra de Bivar, para que ele esquecesse o PSL e que Bivar estaria queimado. “Esquece o PSL, tá ok? Esquece![...] Bivar está queimado". Em referência, inclusive, às investigações mirarem Bivar na apuração de candidaturas laranja, na campanha do PSL em Pernambuco, no ano passado.
Após a declaração de Bolsonaro foi instalada uma crise dentro da legenda. Levando, na semana passada, um grupo de deputados pesselistas a assinarem uma carta de apoio ao presidente Jair Bolsonaro. E por conta de Barbudo ficar fora desta lista Bolsonaro - revoltado com o deputado mato-grossense -, o teria chamado de 'traidor'.
A frase foi dita ao colunista Guilherme Amado, na Revista Época. O presidente da República estaria, igualmente, inconformado com os parlamentares: Delegado Waldir, Júnior Bozzella, Joice Hasselmann, Julian Lemos, Nereu Crispim e Felipe Francischini e o senador é Major Olímpio.
Barbudo teria argumentado que ficar contra Bivar seria participar de um complô, ressaltando que foi o presidente nacional da sigla que permitiu que Bolsonaro pudesse se filiar ao partido, para disputar á presidência no ano passado.
Por meio de um vídeo, disseminado em suas redes sociais e à imprensa na última quinta-feira (10), Barbudo - que é presidente do PSL em Mato Grosso - ainda revelou que não concordava em derrubar Bivar e que, sobretudo, não faria parte do grupo que adora 'ovacionar' o presidente.
"Uma turma de deputados do PSL querer derrubar o Bivar, eu não concordo. Eles façam o que quiserem. Eu não assino lista e muito menos ir no palácio bradar ao Bolsonaro eu te amo, eu te adoro, eu estou com você e o Bivar é um porqueira. Negativo, estou aguardando a resolução daquilo que não é uma crise".
Barbudo foi eleito com uma votação extraordinária em Mato Grosso sob o forte apelo do “bolsonarismo”. Nas redes sociais, se dizia um seguidor do então deputado federal e candidato a presidente da República, Jair Bolsonaro.
Operação da Polícia Federal nesta terça
Coicindência ou não a Polícia Federal deflagrou operação hoje (15) - Guinhol -, e cumpriu mandado de busca e apreensão na casa de Luciano Bivar, em Jaboatão dos Guararapes (PE). A operação apura o uso de candidatura laranja pelo partido do presidente Jair Bolsonaro na eleição de 2018. Também foram cumpridos mandados na sede do PSL em Pernambuco e em uma gráfica.
Ao todo, o Pleno do Tribunal Regional Eleitoral de Pernambuco (TRE-PE) autorizou nove mandados para a Operação Guinhol, atendendo a um pedido do Ministério Público Eleitoral (MPE). Todos os nove já foram cumpridos.
A ação busca saber se houve fraude no emprego dos recursos destinados às candidaturas de mulheres, já que pelo menos 30% dos valores do Fundo Partidário deveriam ser empregados em campanhas femininas. Segundo a PF, há indícios de que o dinheiro foi desviado e usado por outros candidatos.
O advogado de Bivar e do PSL divulgou nota afirmando estranhar a operação em um momento de "turbulência política". Apontando, inclusive, uma briga pública, apontando que, nos últimos dias, Bolsonaro atacou o PSL, ameaçou deixar o partido e foi criticado por Bivar. (Com informações da Revista Época, Agência Brasil e O Globo)