Segunda-feira, 27 de Maio de 2024

POLÍTICA Quarta-feira, 19 de Julho de 2023, 10:28 - A | A

Quarta-feira, 19 de Julho de 2023, 10h:28 - A | A

E CITA MT

Carvalho diz que reformas administrativa e tributária devem andar juntas para não "penalizar população"

Luciana Nunes/ O Bom da Notícia

O senador Mauro Carvalho (UB), disse durante entrevista à Rádio Conti nesta última segunda-feira (17), que vai continuar cobrando uma reforma administrativa por parte do governo Federal. Pois para o senador não tem como a reforma tributária ter sucesso sem que ocorra uma reforma administrativa. 

A votação do texto-base da reforma tributária que ocorreu de forma sequencial, foi realizada uma na quinta com mais de dez horas de sessão, para a votação em primeiro turno, por 382 votos a 118, com três abstenções. E a outra em segundo turno, já na madrugada de sexta, 6 de julho, votada aproximadamente a 1h40 da manhã, com placar de 375 a 113 votos. A proposta de emenda à Constituição (PEC) reformula a tributação sobre o consumo.

“Não faz sentido a gente não discutir as duas, é como penalizar os outros e o governo continuar gastando como quiser. A gente deveria estar discutindo junto com a reforma tributária uma reforma administrativa do governo em sí”, defendeu. 

Mauro defende o reajuste fiscal e que o governo saiba quanto custa a máquina pública. 

“Ninguém fala no custo da máquina. Quando a gente fala nisso nós estamos falando de menos recursos para investimentos como saúde e educação. Então nós temos a obrigação de olhar, e é isso que o governo federal precisa fazer porque se a gente não falar de reforma administrativa e tivermos a reforma tributária, o governo vai fazer o que quiser. É como se fosse assim: eu tive um desperdício, ou gasto anormal grande e para suprir isso eu vou lá e crio mais imposto e cubro esse furo. Não faz sentido. E é nessa discussão que temos que colocar o dedo na ferida, que temos que fazer. Precisamos saber o quanto a máquina pública pode ser diminuída, mantendo a mesma eficiência e o mesmo serviço claro gerando economia”, explicou.

A reforma tributária aprovada na Câmara seguiu para o Senado onde deve permanecer por no mínimo 60 dias e segundo Carvalho do jeito que está, a reforma vai taxar os pequenos e desonerar os grandes.

“Quero deixar meu apoio à reforma, mas não da forma como ela foi colocada. Não faz o menor sentido essa reforma para Mato Grosso e para a maioria dos estados brasileiros. Temos que encontrar um equilíbrio entre os estados produtores e os estados consumidores”, disse também.

“Nós não podemos alimentar um segmento muito forte, entre detrimento de outros. Nós temos que ter um equilíbrio nessa reforma e é o que o Senado terá que desenvolver. Pois como nós vamos tratar só do caixa, sem tratar da despesa interna? O governo federal ficará livre para gastar como bem entender? É isso que precisamos avaliar”, disse.

Mauro Carvalho citou o exemplo do primeiro mandato do governador Mauro Mendes (2019-2022), que recuperou as finanças do Estado e, ao mesmo tempo, reduziu os custos, após medidas duríssimas de ajuste fiscal. 

“Os resultados estão aí. Temos hoje uma capacidade de investimento que supera muitos estados no Brasil. Mas o governador precisou ter a coragem e responsabilidade de fazer o que precisava”, disse.

Ele também voltou a dizer que a reforma tributária não foi devidamente discutida com todos os segmentos da sociedade, especialmente, a classe trabalhadora e com os pequenos e médios empreendedores, que devem sofrer um grande impacto. “Durante a tramitação na Câmara dos Deputados, não vi representantes desses setores participando da discussão”.