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POLÍTICA Quarta-feira, 17 de Julho de 2019, 10:36 - A | A

Quarta-feira, 17 de Julho de 2019, 10h:36 - A | A

REPÚDIO AOS GRAMPOS

Deputada quer explicação de procurador sobre ligação do MP em arapongagem

Marisa Batalha - O Bom da Notícia

(Foto: AL-MT)

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Nesta última terça-feira (16), em uma das sessões mais longas da história da Assembleia Legislativa - uma ordinária vespertina e outra extraordinária, em que os deputados limparam a pauta de vetos em tramitação na Casa -, a deputada emedebista Janaina Riva acabou usando a tribuna por volta da meia noite, para pedir que o Procurador Geral de Justiça, José Antonio Borges, seja convidado à prestar esclarecimentos sobre o suposto envolvimento de membros do Ministério Público Estadual nos grampos telefônicos ilegais ocorridos na gestão do ex-governador Pedro Taques.

 

O pedido da parlamentar veio após os reinterrogatórios nesta terça, no Fórum de Cuiabá, dos coronéis Zaqueu Barbosa e Evandro Lesco, ao juiz Marcos Faleiros, da 11ª Vara Militar de Cuiabá, envolvendo, na participação das interceptações ilegais, conhecidas como Grampolância Pantaneira, membros do Ministério Público Estadual.

 

Dentre os envolvidos estariam o ex-coordenador do Gaeco, promotor Marco Aurélio de Castro e o ex-procurador geral do MPE, Paulo Prado que teria doado, inclusive, a placa Wytron, que pertencia ao Gaeco, antes do Sistema Guardião, para que as interceptações fossem realizadas

Dentre os envolvidos estariam o ex-coordenador do Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco), promotor Marco Aurélio de Castro e o ex-procurador geral do órgão fiscalizador, Paulo Prado que teria doado, inclusive, a placa Wytron, que pertencia ao Gaeco, antes do Sistema Guardião, para que as interceptações fossem realizadas.

 

Segundo os dois coronéis, a informação foi repassada e eles pelo cabo Gerson, que teria entregado as duas placas Wytron para Prado, quando o Guardião já estava em funcionamento. Lesco ainda chegou a dizer que 'se a placa não tivesse sido doada pelo procurador Paulo Prado, nós não estaríamos aqui’. E ainda que dentro do Gaeco, o esquema de ‘barriga de aluguel’ seria uma prática comum, adotada pelos coordenadores do Gaeco, em particular, pelo promotor Célio Wilson que teria solicitado em 2010, que ele [coronel Lesco] inserisse o telefone de um assessor do ex-deputado José Geraldo Riva, em uma investigação de desvio de dinheiro público, que viria a  resultar na ‘Operação Imperador’ em 2015.

 

'Modus operandis' também usado contra pessoas ligada ao ex-vereador João Emanuel, que resultou na operação ‘Mestástase’. Depois na "Arqueiro" que tinha Riva como alvo e ‘Ouro de Tolo’, que investigou a ex-primeira dama Roseli Barbosa. Todas a pedido do ex-coordenador do Gaeco, o promotor  Marco Aurélio.

 

Diante destes fatos novos, confessados pelos militares, a deputada Janaina classificou 'os depoimentos vergonhosos, expondo uma banda podre do Ministério Público'. De uma instituição, ainda segundo ela, que deveria constitucionalmente zelar pelos direitos dos cidadãos. Mas que, no entanto, teria patrocinado os grampos ilegais e violado o direito fundamental à privacidade de centenas de pessoas, incluindo o dela, já que a parlamentar foi uma das grampeadas no esquema de arapongagem.

 

"Pedi ao presidente desta Casa, o deputado Eduardo Botelho(DEM), que convide o Procurador Geral de Justiça, José Antonio Borges, para prestar esclarecimentos sobre o assunto na Assembleia Legislativa. Pois a sociedade precisa de uma resposta, sobretudo, que os culpados sejam punidos com a mesma mão de ferro que o MPE usa para acusar aqueles que não fazem parte da instituição. Ou os fins justificam os meios?", ainda disse.

 

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