Quinta-feira, 25 de Abril de 2024

POLÍTICA Domingo, 17 de Março de 2019, 13:19 - A | A

Domingo, 17 de Março de 2019, 13h:19 - A | A

APÓS DELAÇÃO JUNTO AO STF

Em depoimento, Permínio confessa desvio de recursos na Seduc e complemento no salário

Karollen Nadeska - O Bom da Notícia

Passada fase de divulgação do seu acordo de delação premiada junto ao Supremo Tribunal Federal, o ex-secretário de Estado, Permínio Pinto (PSDB), resolveu esclarecer o esquema de corrupção que desviou “milhões” da Secretaria de Educação (Seduc), na gestão do tucano Pedro Taques. Ouvido pela juíza Ana Cristina Mendes, da 7ª Vara de Cuabá, no Fórum da Capital, o ex-gestor reafirmou a participação direta do empresário Alan Malouf durante período de camapanha e o pagamento “extra” que recebeu ao efetivar seu compromisso a “organização criminosa”.

 


“Ele [Alan Malouf] me convidou para retornar ao escritório dele para um café e nessa reunião ele me passou algumas informações de que ele foi um colaborador e foi um coordenador financeiro da campanha e colaborou financeiramente, além dele, um outro grupo de empresários, e foi o principal coordenador de transição”, disse em primeiro depoimento pós delação.

 

Em longa explicação à magistrada, o tucano reservou detalhes de como ocorreu à composição do staff de Pedro Taques. De acordo com Permínio, que chegou a se encontrar com Malouf em seu escritório nos fundos da empresa “Buffet Leila Malouf”, houve certa dificuldade para “escalar” os novos chefes de governo, tendo em vista à remuneração que não era muito atrativa, por isso o aumento como complemento e a participação no esquema.

 

“Nisso ele cita valores e nomes também, e disse que precisava ter o de volta esses recursos que tinham sidos investidos por ele e por outras pessoas. Bom, disse também que houve certa dificuldade na composição do secretariado, pelos salários que seriam muitos baixos. O salário líquido era R$ 13 mil. Mas, ele [Alan Malouf] disse que ele poderia, assim como faria para outros secretários, fazer a complementação salarial para mim”, afirmou.

 

Ainda em juízo, o tucano disse que o aumento seria de R$ 7 mil, ou seja, juntada ao valor inicial ajustava ao valor de R$ 20 mil.
Permínio preferiu não dar declarações mais comprometedoras sobre o esquema, sob a alegação do limite estabelecido pelo próprio acordo homologado pelo SFT.

 

“Eu não posso me aprofundar, tendo em vista o risco que eu corro de ter esse acordo rompido pelo sigilo que foi determinado pelo ministro”, disse o delator.

 

Além do tucano, são citados “coadjuvantes” da referida “organização criminosa”, apontada pelo Ministério Público Estadual, que culminou na Operação Rêmora em 2016, o ex-secretários de Fazenda, Paulo Brustolin, e de Gestão, Júlio Modesto – ambos sob a mira de acusação de terem recebido a importância de R$ 80 e R$ 25 mil, respectivamente, com ciência de Taques. Por último, empresário Fábio Friggeri, arrolado por Permínio, que também teria se beneficiado com o esquema fraudulento.