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POLÍTICA Quarta-feira, 11 de Setembro de 2019, 07:30 - A | A

Quarta-feira, 11 de Setembro de 2019, 07h:30 - A | A

ELEIÇÕES 2020

Júlio diz que política é a arte do diálogo e que DEM não descarta de até apoiar Emanuel

Marcio Camilo - O Bom da Notícia

O ex-governador Júlio Campos disse que política é a arte do diálogo e que por isso não descarta um possível apoio do DEM ao prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro, caso ele concorra à reeleição em outubro do ano que vem.

 

Em conversas com jornalistas, no último final de semana, durante o desfile de 7 de Setembro, Júlio deu a entender que o diretório do partido, em Cuiabá, estaria sendo radical ao afirmar que o Democratas só disputará a eleição com candidato próprio, sem abrir margem para um possível coligação com os partidos aliados como, por exemplo, oo MDB.

 

Então, política, é a arte de amenizar, de conversar, dialogar, sem radicalismo[...]Ainda que na eleição de Cuiabá, haja um interesse do partido em disputar com candidatura própria

Mas reconhece que a prioridade da sigla é a cabeça de chapa na majoritária, tendo "nomes de peso" à disposição, como o ex-prefeito e radialista, Roberto França, que ainda não se filiou ao partido; ou ainda o presidente da Assembleia Legislativa, Eduardo Botelho. Cogita-se ainda, internamente, nomes como do secretário de Estado de Saúde, Gilberto Figueiredo  e o presidente do partido no Estado e suplente de senador, Fábio Garcia. No entanto, Júlio ressalta que a política é muito dinâmica, e que lá na frente o cenário pode mudar, com o Democratas precisando se coligar a uma chapa, mais como coadjuvante, para não ficar de fora do processo eleitoral.

 

"A maneira de se fazer política [se referindo postura do diretório do DEM em Cuiabá] é diferente. A gente que tem uma longa vida pública, temos mais habilidade em conduzir um processo político sucessório", destacou.

 

Lembrando das eleições ao Governo, no ano passado, quando articulações de bastidores resultaram em uma coligação com o MDB, pavimentando  o caminho para a vitória de Mauro Mendes (DEM).

 

"Quem diria que o MDB, que era um aliado forte de Wellington Fagundes, viria a apoiar Mauro Mendes? Foi um trabalho de muito diálogo, de conscientização, que terminou indo para a nossa aliança, invibializando a vitória de Wellington Fagundes. A saída do MDB desestruturou aquela frente ampla, que caminhava para que o Wellington fosse o sucessor de Pedro Taques [PSDB]", contextualizou.

 

"Então, política, é a arte de amenizar, de conversar, dialogar, sem radicalismo, né. [...] Ainda que na eleição de Cuiabá, haja um interesse do  partido em disputar com candidatura própria. Agora, não significa que a gente descarta a possibilidade de uma coligação. E se não houver possibilidade [da majoritária]? Porque não manter uma porta aberta para discutir politicamente com o MDB, que é o nosso aliado em nível estadual. Ou ainda com o PSD, de Carlos Fávaro; com o PDT, do nosso vice-governador [Otaviano Pivetta]. Enfim, o partido não pode fechar as portas, precisa conversar com todos", defendeu a liderança democrata.

 

Do outro lado desta discussão, o presidente do partido, Fábio Garcia, tem sido, entretanto, taxativo junto à imprensa, ao rejeitar uma eventual aliança com Emanuel Pinheiro. Para Garcia, Pinheiro "não seria um bom gestor e que Cuiabá merece algo melhor".

 

Alinhado a Fábio, o governador democrata Mauro Mendes, trabalha somente com a hipótese de candidatura própria na disputa pelo Palácio Alencastro. E tem feito críticas contundentes à gestão do prefeito emedebista. Com troca de farpas que têm se acirrado cada vez mais, ao ponto de chamá-lo no final da semana passada, de mentiroso, em razão de um dívida na área de Saúde que o prefeito afirma não ter recebido do Estado.

 

Apesar dos desencontro entre os democratas, Júlio pondera que o processo eleitoral é em 2020 e que qualquer precipitação em 2019, pode pôr tudo a perder, ao lembrar que outros partidos estariam na mira da sigla, dentre ele os pesseliistas. 

 

"Até temos que conversar com o PSL, do [Nelson Barbudo e da senadora Selma Arruda, porque nós, o Democratas, fazemos parte do governo Bolsonaro, com três ministros de Estado", reforçou. (Com Rafael Medeiros)