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POLÍTICA Terça-feira, 26 de Março de 2019, 14:53 - A | A

Terça-feira, 26 de Março de 2019, 14h:53 - A | A

INQUÉRITO CIVIL

MP investiga se esposa de Fábio Garcia era servidora fantasma na AL

Ana Adélia Jácomo/ O Bom da Notícia

O promotor de Justiça Roberto Aparecido Turin abriu inquérito civil para apurar se a servidora Marcella Deveza Marchett, apresentava-se com assiduidade ao trabalho e se prestava serviço realmente à Assembleia Legislativa do Estado de Mato Grosso.

 

“Ela ocupava cargo de supervisora legislativo, todavia não apresentava-se ao órgão, figurando como funcionária fantasma”, diz trecho da Portaria nº13/2019, protocolado em 19 de março. O MP apura agora se ela realizou atos de improbidade administrativa, que envolvam enriquecimento ilícito. 

 

Nomeada em cargo comissionado há pelo menos três anos, ela estaria ganhando R$ 13 mil de salário bruto.  Já no Portal Transparência da Assembleia, o nome de Marcella aparece como servidora desde janeiro de 2016, com salário inicial de R$ 11,5 mil.

 

Em dezembro do ano passado – último mês disponível no site -, a servidora recebeu R$ 13,4 mil, além do 13º salário de R$ 12,4 mil.

 

Marcella é esposa do suplente de senador e ex-deputado federal, Fábio Garcia (DEM).

 

Garcia vem sendo apontado por caciques democratas como um dos nomes que deverá disputar a Prefeitura de Cuiabá, em 2020. O nome do ex-parlamentar ganhou sonoridade no meio político, após o ex-governador e ex-senador Júlio Campos [um dos caciques do DEM em Mato Grosso] avalizá-lo como um 'um bom nome'.

 

Em conversa recente com o Site O Bom da Notícia, Campos revelou que o candidato do partido na disputa eleitoral pelo comando do Palácio Alencastro, em Cuiabá, seria Fábio Garcia. E em Várzea Grande o nome mais cotado para suceder Lucimar Sacre de Campos seria o presidente da Assembleia Legislativa, Eduardo Botelho.  

O MP apura se ela realizou atos de improbidade administrativa, que envolvam enriquecimento ilícito

 

Júlio ainda citou esta decisão como um acordo selado nas últimas eleições, quando Fábio abriu mão da reeleição como deputado federal em 2018, e virou suplente do senador Jaime Campos (DEM). 

 

Na época lhe foi garantido pela cúpula do DEM que em 2020 teria espaço garantido, caso quisesse disputar a Prefeitura de Cuiabá. Garcia conta ainda com as benções do governador. Leia AQUI

 

A reportagem não conseguiu manter contato telefônico com Marcella ou com Fábio Garcia. No entanto, em nota oficial, ela afirma que em momento algum deixou de morar em Mato Grosso.

 

“Não me mudei para Brasília para acompanhar o meu marido no exercício do mandando de deputado federal, ao contrário, permaneci morando em Mato Grosso”. 

 

A ex-servidora também pontua - por meio de nota - que “ao longo deste tempo desempenhei os trabalhos de apoio à frente parlamentar para o desenvolvimento econômico e social sustentável dos municípios do Vale do Rio Cuiabá em estrito cumprimento à legislação vigente e as normas do cargo na Assembleia".

 

"Também cumpre-me informar que não sou acionista das empresas  KA Energia Ltda, Malv Empreendimentos e participações S/A e Sheffer Participações e Ltda”.