O governador Mauro Mendes (DEM) afirmou nesta quarta-feira (24) que o prefeito Emanuel Pinheiro (MDB) teria se comprometido a apresentar um plano de recuperação para reabertura do hospital filantrópico Santa Casa de Cuiabá. No entanto, de acordo com ele, passou-se 40 dias e nada foi apresentado. Mendes afirmou que caberia a Prefeitura de Cuiabá a decisão de criar a elaboração de uma proposta de solução (Plano de Viabilidade) para a reabertura da unidade de saúde, que está fechada há 42 dias e acumula dívidas na ordem de R$ 118 milhões.
“Não estou aqui pra analisar as atitudes da prefeitura. Estou aqui pra conduzir o Estado de Mato Grosso. A motivação é que temos um equipamento de saúde pública e está fechado. Caberia ao município, ao gestor pleno tomar as atitudes, e isso é óbvio. Não fez. Faremos. Nós vamos trabalhar para ela ser reaberta (...) O julgamento quanto ao prefeito, cabe a vocês [imprensa] e aos cidadãos”, declarou ele em coletiva de imprensa.
O chefe do Executivo divulgou nota oficial na noite desta terça-feira (23) informando que irá, por conta própria, criar a elaboração da proposta, no entanto, disse que ainda não tem detalhes do que deve ser decidido. Segundo ele, o foco é apenas reabrir o hospital, já que a falta de leitos de UTI pode ocasionar risco a pacientes que necessitam de atendimento de alta complexidade.
“Pedi ao Gilberto [secretário de Saúde Gilberto Figueiredo] e sua equipe que elaborassem um plano. Não o recebi ainda, não posso antecipar detalhes dele porque vai ser entregue na semana que vem, e vamos analisar com os entes envolvidos. Posso dizer que semana que vem entregam o plano e, na outra semana, uma decisão será tomada”.
O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta (DEM), esteve na capital nesta segunda-feira (22) e cobrou a apresentação do projeto, para que haja a liberação de fundos da União para socorrer o hospital. Mendes reiterou a fala do ministro ao afirmar que “ninguém vai ficar dando dinheiro para os outros, porque é isso ou aquilo, a Santa Casa é privada”, disse o governador.
ENTENDA O CAOS
A Santa Casa de Misericórdia é um hospital filantrópico criado em 1717. Com 202 anos de existência, acumula um déficit de R$ 80 milhões por ano, identificados na gestão do ex-presidente Antonio Preza. Desde o dia 11 de março, a Santa Casa paralisou os atendimentos alegando falta de condições pelo fato de atraso em repasses da Prefeitura de Cuiabá. Os salários dos funcionários estão atrasados há cerca de sete meses. Preza afirma que Emanuel deve R$ 3,6 milhões para custeio de serviços emergenciais. Contudo, o prefeito nega.
O ex-presidente da Santa Casa também diz que o gestor não passou cerca de R$ 12 milhões de emenda de bancada ao hospital. Já Emanuel afirma que Ministério da Saúde confirmou que a Santa Casa de Misericórdia não poderia receber o repasse, mesmo a própria Prefeitura disparar em 19 de janeiro do ano passado uma matéria que garantia o repasse. O hospital acumula dívidas na ordem de R$ 118 milhões, entre salários, fornecedores e etc.