(Foto: Reprodução)
Em semana tumultuada e de agenda apertada, o prefeito Emanuel Pinheiro(MDB) acabou, no entanto, nesta última terça-feira (18), tendo que justificar a interrupção da esposa, a primeira-dama Márcia Pinheiro, que um dia antes na entrega das chaves de 360 casas do Conjunto Habitacional Nico Baracat I, no Bairro Coxipó da Ponte, puxou o gestor cuiabano como forma de impedi-lo de responder a questionamentos de jornalistas, quanto ao seu futuro político. Em particular, quanto à sua reeleição.
O prefeito emedebista justificou a interferência da esposa, revelando que a primeira-dama o conhece bem e, assim, sabe que ele é 'nitroglicerina pura e não razão', após Márcia pedir à imprensa que o assunto [política] fosse tratado em outra hora.
A declaração em tom de brincadeira foi feita por Pinheiro, à jornalistas, durante lançamento de viaduto na Avenida Profª Edna Maria Albuquerque Affi [mais conhecida como Avenida das Torres].
Mas pela maneira como Pinheiro vem silenciosamente costurando seus apoios nos bastidores e, sobretudo, articulando as peças do xadrez político com bastante maestria, pode estar bem longe a possibilidade de que abra mão de disputar nas urnas, sua volta ao Alencastro. Sobretudo, se uma boa pesquisa de intenção de votos e de confiabilidade do eleitor na administração municipal, mostrar bons números sobre sua gestão.
“A primeira-dama que é conhecida como braço forte de Pinheiro - dentro de casa e no Palácio Alencastro -, sabe que nesta seara, no entanto, sua força fica um pouco reduzida; muito mais agora que precisa administrar dois políticos [Pinheiro e Emanuelzinho]”
E a primeira-dama que é conhecida como braço forte de Pinheiro - dentro de casa e no Palácio Alencastro -, sabe que nesta seara, no entanto, sua força fica um pouco reduzida. Muito mais agora que precisa administrar dois políticos [Pinheiro e Emanuelzinho].
Assim, já chegou a afirmar para pessoas mais ligadas à ela e até admitiu recentemente em público que não quer que Pinheiro se recandidate, por considerar o Executivo difícil e pesado, entretanto, a palavra final é a do marido. 'Quem decide é ele'.
Outra polêmica
Ainda durante lançamento do viaduto na Avenida Profª Edna Maria Albuquerque Affi [mais conhecida como Avenida das Torres], o prefeito Emanuel Pinheiro (MDB) ironizou as declarações dadas pelo presidente do DEM em Mato Grosso e suplente de senador, Fábio Garcia, que disse - em conversa com jornalista -, que Cuiabá merece um prefeito muito melhor e que a legenda pretende lançar candidato próprio ao pleito de 2020.
Supostamente Garcia teria respondido a uma provocação de Pinheiro que revelou no dia anterior que achava “natural” uma aproximação das siglas.
Às críticas de Garcia, Pinheiro [que não se fez de rogado], contra-atacou, alfinetando o ex-parlamentar democrata, declarando que concordava em parte com algumas de suas posições políticas, pelo menos quanto a Capital merecer gestões de excelência, com suplentes melhores e construtoras melhores.
Fazendo uma alusão ao fato de Fábio Garcia ser neto do ex-governador José Garcia Neto, e filho do empresário Robério Garcia, o Berinho, dono da polêmica EngeGlobal Construções Ltda, responsável pela construção dos Centros Oficiais de Treinamento (COTs) da UFMT e da Barra do Pari, e de fazer a reforma e ampliação do Aeroporto Marechal Rondon, em Várzea Grande, em 2014. E que, recentemente, abriu recuperação judicial.
“Ele tem razão. Cuiabá precisa de um prefeito que faça uma gestão de excelência, um deputado federal melhor, um suplente de senador melhor, de construtoras melhores. Enfim, Cuiabá precisa melhorar em tudo, concordo com ele”, ironizou Pinheiro.
Ainda deixando claro que não teria dito, ou não teve a intenção de passar sob esta interpretação, que o DEM o apoiaria em uma possível reeleição, mas que as siglas são naturalmente aliadas. Ao relembrar que foi, inclusive, coordenador de campanha do atual governador Mauro Mendes (DEM), quando ele disputou e venceu as eleições para prefeito de Cuiabá em 2012.
Segundo ele, a coligação “seria um caminho natural”, tendo em vista sua ligação com os cacique da legenda, o senador Jayme Campos e o ex-governador Júlio Campos e com o presidente da Assembleia Legislativa, Eduardo Botelho.