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Rodrigo Rodrigues (ao centro) à época, durante posse ao cargo de secretário Indígena de Saúde Nacional, órgão vinculado ao Ministério da Saúde.
Em um grupo de WhastApp composto por jornalistas, colunistas, advogados, ex-secretários de Estado, ex-senadores e parlamentares estadual e federal, Rodrigo Rodrigues, um dos filiados mais atuantes do MDB, fez um duro manifesto revelando que estaria saindo da sigla, atribuindo sua desfiliação do partido comandado em Mato Grosso pelo deputado federal Carlos Bezerra, à permanência do prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro nos quadros da legenda.
A gota d’água, de acordo com manifesto, seria o recente posicionamento de Francisco Faiad, presidente da legenda na Capital. Numa entrevista concedida a um site de Cuiabá, Faiad teria classificado como lamentável as críticas do ex-deputado federal Valtenir Pereira (MDB) a Pinheiro, e ainda teria dito que os ataques ao prefeito eram uma posição individual de Valtenir e não representava o partido.
“Eu acho uma pena que o Faiad venha a público defender um ladrão descarado, corrupto que foi filmado colocando dinheiro de propina no paletó. Um sujeito que tem deixado Cuiabá esburacada e a Saúde na UTI. É uma pena”.
Rodrigo Rodrigues é empresário, jornalista e gestor público, tendo sido secretário de Saúde Indígena, ligado ao Ministério da Saúde. De acordo com ele, o clima dentro do partido não era dos melhores desde o ano passado, quando o programa Fantástico, da Rede Globo, exibiu em agosto um vídeo denunciando deputados de Mato Grosso que estariam recebendo propina.
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Emanuel Pinheiro, à época deputado estadual, foi filmado dentro da sala do ex-chefe de gabinete do ex-governador Silval Barbosa, Sílvio César Corrêa, colocando maços de dinheiro no paletó.
“Pelo que eu estou vendo, até agora, os dirigentes municipais têm uma grande tendência do partido em continuar apoiando esse corrupto. Eu comunicarei minha decisão ao deputado Carlos Bezerra, a quem tenho imenso respeito”, disse Rodrigues.
“O partido decidiu e está fechado com a reeleição de Emanuel Pinheiro e Valtenir é uma voz isolada. Eu achei que eu era parte desse partido, mas nunca fui ouvido pra nada. Então, eu não me sinto parte do MDB desde quando esse partido ‘baixou as calças’ para um corrupto deslavado dessa natureza, desse nível do Emanuel Pinheiro. Eu não pertenço mais aos quadros do MDB porque eu não compactuo com partido que dá legenda pra bandido, que deveria estar preso no Pascoal Ramos”, disparou.
CABIDE DE EMPREGO
Rodrigo ainda mandou um recado aos filiados do partido em Cuiabá, pedindo que se desfiliassem em massa para evitar que a legenda levasse Pinheiro à disputa pela reeleição. Ele chegou a acusar o MDB de usar o Palácio Alencastro como cabide de emprego.
“Qualquer cidadão de bem que pensa no futuro de Cuiabá deveria se desfiliar. Eu convido a todos pais e mães, gente de bem. Porque é uma vergonha estar num partido que tem um prefeito desqualificado como o Emanuel Pinheiro. Isso depõem contra a história de luta, democracia e conquistas sociais, contra maioria de gente do bem do partido. Não podemos aceitar que uma minoria, a troco de migalha, de merreca, de carguinho de prefeito, levem o partido para o buraco”.
CONFIRA O DOCUMENTO DE DESFILIAÇÃO:
O OUTRO LADO
O documento de desfiliação de Rodrigo Rodrigues é datado do dia 5 de novembro de 2018. Contudo, mesmo tendo se passado mais de 4 meses, nesta terça-feira (12) o presidente municipal da legenda, Francisco Faiad, afirmou à reportagem que não foi comunicado sobre a saída do correligionário.
Faiad afirmou que o MDB está fechado no propósito de reeleger Emanuel Pinheiro à Prefeitura de Cuiabá. De acordo com ele, as críticas de Valtenir e de Rodrigues são ‘vozes isoladas’ e não correspondem ao senso comum da agremiação.
Curiosamente, Faiad se disse surpreso com a notícia da saída de Rodrigues e pediu para se inteirar do assunto e posteriormente conceder a entrevista, no entanto a reportagem tentou manter um segundo contato com ele, e não obteve sucesso.