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POLÍTICA Segunda-feira, 22 de Julho de 2019, 20:30 - A | A

Segunda-feira, 22 de Julho de 2019, 20h:30 - A | A

SAÚDE PÚBLICA

Sob a direção do Estado, Santa Casa começa receber pacientes na próxima segunda

Rafael Machado e Rafael Medeiros

santa casa

 

Após quatro meses de portas fechadas, a Santa Casa de Cuiabá volta a atender a população a partir da próxima segunda-feira (29). O governo já investiu na reforma do hospital R$ 1,5 milhões, que agora passará a funcionar através do Serviço Único de Saúde (SUS). O evento de reabertura será realizada nesta terça-feira (23), com a presença do ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta.

 

Em visita técnica realizada nesta segunda-feira (22), o secretário de estado de Saúde, Gilberto Figueiredo, em conversa os jornalistas, revelou que a reforma feita pelo estado não é robusta e que apenas foi feito o necessário para que retomada dos serviços na unidade ganhasse rapidez.

 

Nós não poderíamos reabrir o hospital com as condições que nós recebemos. Pois não tínhamos certeza absoluta de como estavam às instalações quando foi feita a requisição administrativa

“Nós não poderíamos reabrir o hospital com as condições que nós recebemos. Pois não tínhamos certeza absoluta de como estavam às instalações quando foi feita a requisição administrativa. Assim, seria uma irresponsabilidade nossa reabrir o hospital com as condições que tínhamos antes. Entretanto, esse hospital para fazer uma reforma completa vai ter que gastar algo próximo a R$ 80 milhões para corrigir tudo que existe nisso aqui”, comentou.


O gestor disse que o hospital tem uma previsão de custo mensal que varia de R$ 13 milhões a R$ 15 milhões. E seus serviços irão entrar em funcionamento de foram paliativa, ou seja, aos poucos. Inicialmente, serão realizadas as primeiras cirurgias eletivas que forem previamente agendadas.

 

“A partir da segunda-feira(29) nossa equipe já está planejando as primeiras cirurgias eletivas, nós já vamos estar recepcionando os pacientes no pronto-atendimento da pediatria, nas áreas de UTIs e nos tratamentos de oncologia e nefrologia”, disse.

 

Ele ainda ponderou que a nova Santa Casa não é hospital porta-aberta. “Todo hospital funciona por regulação prévia e aqui, em particular, não será um hospital de porta-aberta onde os pacientes sentem um desconforto em casa e correm direto para esse hospital”, destacou.

 

Segundo o Estado, após a reforma, o hospital contará com 10 leitos de UTI pediátrica, nove leitos de UTI neonatal, 33 leitos de pediatria clínica, 27 leitos de pediatria cirúrgica e 22 leitos exclusivos para o Pronto-Atendimento Infantil. Apenas o setor pediátrico engloba 101 leitos da unidade – isto é, a pediatria abrange mais de 40% da totalidade de leitos do Hospital Estadual Santa Casa.

 

Em maio, o governador anunciou a requisição administrativa dos bens e serviços da Santa Casa de Misericórdia de Cuiabá após caos financeiro da instituição. Desde então, o hospital passa por ampla reforma que inclui troca da piso, manutenção de telhado, pintura, adequações prediais e dedetização.

 

Requisição

 

Com o anúncio da requisição administrativa dos bens e serviços da Santa Casa de Misericórdia. O governador explicou que o Estado passa agora a ter todo o controle do estabelecimento e de seus equipamentos de forma emergencial e temporária.

 

O controle do hospital ficará ao encargo da Secretaria Estadual de Saúde (SES), e funcionará como um hospital público estadual. Haverá contratação de funcionários, médicos e prestadores de serviços, para garantir que o local volte a atender a população.

 

O Governo do Estado esclareceu que a medida não se trata de uma intervenção e nem tampouco de assumir as dívidas, na ordem de R$ 118 milhões que a empresa possui, mas tão somente a utilização do espaço para retomada dos atendimentos dos pacientes do SUS.

 

Salários

 

Em junho, o Tribunal Regional do Trabalho (TRT), 23ª Região, homologou um cronograma apresentado pelo governo para quitar mais de R$ 10 milhões, referente pagamento salarial dos mais de 800 funcionários que estão há oito meses sem receber devido à crise financeira do hospital filantrópico.

 

A primeira e segunda parcela que somadas tão mais de R$ 6 milhões já foram dividas aos funcionários. Entre julho a outubro, o Poder Executivo irá transferir as quatro últimas parcelas de R$ 1,1 milhão cada.

 

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