O vereador social democrata, Toninho de Souza, classificou como canalhas os mandantes do esquema das interceptações ilegais realizadas na gestão do governador Pedro Taques (PSDB), que ficaram conhecidas como “grampolândia pantaneira”. O parlamentar ainda saiu em defesa do presidente de seu partido no Estado, o ex-vice governador, Carlos Fávaro, que foi uma das pessoas interceptadas. A declaração foi dada durante entrevista à Rádio Capital FM, na manhã desta quarta-feira (17).
Fávaro foi citado pelo coronel da Polícia Militar Evandro Lesco, no reinterrogatório realizado ao juiz Marcos Faleiros na tarde dessa terça-feira (11). No depoimento, o coronel disse que o então secretário da Casa Civil, Paulo Taques, supostamente a mando do governador Pedro Taques (PSDB), pediu que fosse incluído, na lista de interceptados, um servidor da Casa Civil ligado a Fávaro, com objetivo de monitorar as atividades da vice-governadoria.
“Desde ontem, no nosso grupo do PSD o sentimento é de revolta. Confirrmando aquilo que já pensávamos, que a imprensa já havia tratado como suposição e o grupo de Carlos Fávaro igualmente desconfiava quanto ele ter sido gravado. Não somente ele mas ainda pessoas ligadas ao ex-vice governador. Então, isso só confirmou o que há de mais sujo dentro da política, que é a gravação, a arapongagem. Isso não faz parte de um processo democrático, de um processo político. Esta, aliás, é uma atitude de canalhas. Assim, é com muita revolta que observamos esta atitude”, disse o social democrata.
Além de Lesco, foi ouvido o coronel Zaqueu Barbosa e está sendo ouvido desde às 13h30, desta nesta quarta-feira (17), o cabo Gerson Luiz Ferreira Correa Junior.
Os depoimentos são relativos ao escândalo dos grampos ilegais que vieram à tona em 2016, após denúncia do ex-secretário de Segurança Pública do Estado e promotor de Justiça, Mauro Zaque, de que policiais militares e integrantes da cúpula do Poder Executivo, estariam grampeando ilegalmente políticos, empresários, juízes e jornalistas através da modalidade "barriga de aluguel", onde os números eram anexados, de forma ilegal, a lista de interceptação de pessoas investigadas por tráficos de drogas na Comarca de Cáceres.
“A troco de que? Usar como instrumento de governo interceptações para bisbilhotar pessoas que, inclusive, ajudaram o ex-governador a se eleger, é isto que a gente lamenta”, ainda disse.