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POLÍTICA Quarta-feira, 16 de Outubro de 2019, 15:52 - A | A

Quarta-feira, 16 de Outubro de 2019, 15h:52 - A | A

CPI DO PALETÓ

Vereador promete lisura em investigação e diz que sugeriu a Emanuel explicar vídeo para população

Marisa Batalha - O Bom da Notícia

O Bom da Notícia

toninho de souza

 

Em entrevista à Rádio Metrópole FM está semana o vereador social democrata, Toninho de Souza, assegurou que não vai se furtar, na condição de parlamentar, de apurar o envolvimento do prefeito Emanuel Pinheiro, em suposta propina repassada pelo ex-governador Silval Barbosa, como forma de assegurar o silêncio de vários deputados estaduais, na época, sobre os desvios milionários realizados nas obras da Copa.

 

Mesmo evitando se aprofundar na questão do retorno à Câmara de Vereadores de Cuiabá, da CPI do Paletó, fez questão de frisar que uma das nove assinaturas, em 2017, que garantiram a instação da Comissão, uma delas era a sua. Aliás, a nona, disse, ao apontar que sem sua assinatura não ocorreria a CPI.

 

Toninho salientou que, porém, agora na condição de relator da Comissão, vê a necessidade de se delinear qual é o objeto, de fato, da investigação da CPI, neste seu retorno ao parlamento. Pontuando que, entretanto, seria impossível de retirar de cena o vídeo viralizado no país inteiro do prefeito enchendo os  bolsos do seu paletó com dinheiro. Assim, adianta, isto virá à tona

Sem esconder que possui uma relação amigável com o prefeito emedebista, e ainda que ela seja distante de sua tarefa de vereador, isto não teria, no entanto, impedido que ele aconselhasse, na época, o prefeito para que convocasse uma coletiva e explicasse o vídeo em que foi flagrado enchendo o paletó de dinheiro, na sala do ex-chefe de gabinete de Silval, Sílvio Corrêa.

 

"Particularmente, neste período, sugeri ao prefeito que convocasse uma coletiva para explicar à população sobre o vídeo. Falei prefeito convoca uma coletiva e explica, vai à Câmara e fala seu lado da história. Me lembro de falar que a sociedade queria uma explicação, mas como ele não me escutou, assinei o pedido".

 

Toninho salientou que, porém, agora na condição de relator da Comissão, vê a necessidade de se delinear qual é o objeto, de fato, da investigação da CPI, neste seu retorno ao parlamento. Pontuando que, entretanto, seria impossível de retirar de cena o vídeo viralizado no país inteiro do prefeito enchendo os  bolsos do seu paletó com dinheiro. Assim, adianta, "isto virá à tona".

 

"Neste momento a CPI tem outro objeto de investigação como, por exemplo, saber se houve ou não obstrução de justiça por parte do prefeito, na Câmara, como forma de enfraquecer a CPI?. Saber se o ex-secretário Alan Zanata, que teria gravado um áudio de Silvio Corrêa desmentindo suposto mensalinho dado a Emanuel é verdadeiro?. Ou se foi feito para apresentar na Câmara e ainda para confundir as apurações?. Enfim, com a volta da Comissão, o ex-governador e outros ligados ao vídeo serão novamente ouvidos. Mas volta à Câmara quem, de fato, estiver ligado a este novo ojeto da apuração. Após estes levantamentos, o resultado das investigações será encaminhado ao Ministério Público".

 

Em referência ao áudio gravado de Silvio Corrêa, pelo ex-secretário de Estado, Alan Zanatta (PR), só para rememorar os fatos, ele coloca em xeque a delação da família de Silval Barbosa e do próprio Silvio Cezar, apresentado na Câmara em setembro de 2017. No áudio gravado por Zanatta, Silvio Cezar teria dito que Emanuel Pinheiro foi gravado em vídeo recebendo dinheiro, mas fora do contexto do esquema do “mensalinho”, que a gestão Silval pagava aos deputados estaduais. Os advogados de Sílvio desmentiram, entretanto, a veracidade do áudio de Zanata e reafirmaram que Emanuel recebia sim a propina.

 

Também questionado se nesta retomada das oitivas, o prefeito Emanuel Pinheiro poderia ser convidado a falar na Câmara, o vereador social democrata lembrou que como da vez anterior, quando o gestor emedebista foi convidado a falar sobre o assunto, ele optou em usar a prerrogativa do cargo e declinou do convite e que, claro, pode fazê-lo novamente.

 

Reiterando que na condição de relator da Comissão fará o que for necessário para elucidar as questões que serão levantadas na CPI. Mas, desta vez, de forma mais focada no objeto da investigação. "Vamos ouvir quem de verdade estiver ligado aos fatos. Como o delegado que participou da investigação, o perito que realizou a transcrição, enfim..."

 

Entenda o caso

 

A CPI nasceu após viralizar nas redes um vídeo do prefeito, na época deputado estadual, sendo flagrado, recebendo maços de dinheiro, em forma de propina, do ex-chefe de gabinete do ex-governador Silval Barbosa, Silvio Correa. O prefeito emedebista também foi formalmente citado pelo ex-governador Silval Barbosa - em sua delação premiada e ainda na época da CPI do Paletó  -, de estar entre os deputados que recebiam 'mensalinho', como forma de não investigar os desvios milionários, comandados pelo chefe do Executivo estadual, que eram realizados nas obras da Copa em 2014.

 

A Comissão Parlamentar de Inquérito para investigar o prefeito emedebista foi criada na Casa de Leis no final de 2017, sob o comando do vereador Marcelo Bussiki(PSB) que continua a presidi-la. Ela volta à Câmara em um processo de judicialização, depois que o vereador progressista Diego Guimarães entrou com um mandado de segurança no Jucidiciário mato-grossense e ter, claro, seu pedido deferido pelo juiz João Thiago de França Guerra, da 4ª Vara Especializada da Fazenda Pública de Cuiabá.

 
O parlamentar progressista ingressou com a ação judicial, no ano passado, alegando que os vereadores da base do prefeito, Mario Nadaf (PV), membro da CPI, e Adevair Cabral (PSDB), relator, teriam realizado uma manobra para beneficiar Pinheiro e implodir a investigação. E foi atendido em seu mandado no dia 23 de agosto deste ano.
 

A nova composição foi nomeada no Colégio dos Líderes e os novos membros são os vereadores Toninho de Souza (PSD) e Sargento Joelson (PSC), relator e membro da CPI, respectivamente. A presidência como anteriormente fica com Marcelo Bussiki (PSB), autor do requerimento.

 
Ao todo, a CPI terá 120 dias para sua conclusão. O prazo de encerramento dos trabalhos pode ser prorrogado mediante a solicitação da comissão”.

 

De acordo com Bussiki, as oitivas serão realizadas com algumas das pessoas que já foram ouvidas na Casa, e que estariam mais ligadas ao objeto da investigação, a fim de evitar que as evidências obtidas sejam questionadas como nulas futuramente, já que houve a nomeação de membros da CPI diferentes dos que estavam na antiga composição. 

 

Deverão ser novamente ouvidos em oitiva o ex-governador Silval Barbosa, seu ex-chefe de gabinete Silvio César Corrêa, o ex-secretário de Indústria, Comércio, Minas e Energia, Alan Zanatta, o servidor Valdecir Cardoso de Almeida, responsável por enquadrar a câmera usada para gravar Emanuel Pinheiro, entre outras pessoas.