O setor de supermercados projeta uma alta de 12,3% no volume de vendas neste fim de ano, e, entre os produtos natalinos, os supermercadistas apostam no tradicional peru como o destaque, com expectativa de alta de 14% nas vendas em 2019, um aumento de 6,9 pontos percentuais em relação ao ano passado.
Leia também: Carnes e dólar encarecem a ceia de Natal; veja dicas para economizar
De acordo com as projeções da Associação Brasileira de Supermercados (ABRAS), divulgadas nesta sexta-feira (20), na sequência de destaques deste Natal , aparecem panetone (13,9%), pernil (13,7%), chester (12,8%), frutas nacionais da época (12,7%), lombo (11,9%), frutas especiais importadas (11,8%), frutas secas (11,7%) e tender (11,3%).
Para as bebidas, as apostas de vendas estão nas cervejas (13,4%), seguido por sucos (12,4%), vinhos nacionais (12,2%), espumantes e frisantes (11,1%), refrigerantes (11%) e vinhos importados (10,1%). As vendas totais do setor devem registrar crescimento de 7,85%, aponta o estudo.
Para o presidente da ABRAS , João Sanzovo Neto, o setor supermercadista trilhou um importante caminho de recuperação em 2019, e isso tem refletido no otimismo da maior parte dos empresários.
"A economia brasileira tomou novos rumos, e os resultados estão começando a aparecer. A inflação continua abaixo da meta, a projeção do PIB subiu, os juros caíram, e a antecipação o FGTS e PIS/Pasep tem dado um fôlego ao país. Aos poucos, o mercado de trabalho está começando a reagir, a intenção de consumo da população tem crescido, e os empresários estão mais otimistas em relação aos próximos meses", afirmou Sanzovo Neto.
De acordo com a pesquisa, 47% dos supermercadistas afirmaram que as compras estão no mesmo patamar de 2018. Para 37% dos participantes, 2019 apresentará vendas superiores ao ano passado. Mesmo assim, um grupo menor de empresários ainda está menos otimista, 16% acreditam que o final do ano será pior para as vendas do setor em relação ao ano passado.
Impacto do dólar
Sanzovo comentou também o impacto da alta do dólar nas últimas semanas no resultado do setor: "O setor supermercadista faz as encomendas dos itens de Natal e réveillon com antecedência, geralmente, até outubro, e o dólar registrou patamares históricos em novembro. Mas, o aumento do dólar impacta tudo, combustível e, consequentemente, no valor do frete, na energia, em matérias-primas de diversos setores, entre outros. Fica difícil falar que os supermercados não serão impactados, mesmo que em alguns casos não diretamente, mas indiretamente todos os brasileiros acabam sentindo esse aumento".
O presidente da Abras, no entanto, garante que as lojas estarão bem abastecidas tanto de produtos nacionais como importados.
Preços mais salgados
De acordo com a pesquisa de 'Natal 2019', os preços de todos os produtos devem ficar em torno de 7,1% mais caros na comparação com 2018. Os itens que registraram maior alta em relação ao ano anterior foram: pernil (15%), lombo (13,9%), frango (10,8%), tender e vinhos importados (9,1% cada), peru (9%), chester (8,8%), frutas especiais/importadas (8,6%), carne bovina (8,2%) e frutas secas (7,4%).
O aumento do preço da carne nos últimos meses também foi mencionado pelo presidente da Abras: "Temos identificado oscilações no valor da arroba e estamos acompanhando esse movimento. Para economizar, o consumidor tem a opção de variar o cardápio das festas com outras proteínas como os suínos, as aves e peixes."
De acordo com o IBGE, o preço da carne sobiu quase 18% em dezembro e puxou 'prévia da inflação', que tem a maior alta em quatro anos.
Expectativa de contratações
Dentre os supermercadistas entrevistados, 45% irão contratar mão de obra temporária ante os 33% em 2018, um crescimento de 12 pontos percentuais, principalmente impulsionados pelo aumento no movimento nas lojas durante o fim do ano e devido ao melhor desempenho do varejo em 2019.
Leia também: Patrão precisa ser 'herói' para fugir de fiscalizações, diz Bolsonaro
A estimativa da ABRAS é uma geração de 30 mil vagas temporárias e, dentre as funções mais informadas pelos entrevistados estão: empacotadores (43,5%), operador de caixa (37%), e repositor (35,9%).
Fonte: IG Economia