No ano passado, minhas críticas ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e ao posicionamento do Ministro Alexandre de Moraes ecoaram fortemente. Naquele momento, expressava preocupações sobre declarações que pareciam indicar uma tendência à autocracia, especialmente no que diz respeito à regulamentação do uso da inteligência artificial nas eleições. No entanto, ao refletir sobre os acontecimentos recentes, devo admitir que estava completamente enganado. O que se viu foi justamente o oposto.
Em verdade, estamos testemunhando uma notável mudança na postura do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em relação ao diálogo com a sociedade. Esse novo paradigma de abertura e transparência ficou evidente no início deste ano, quando o TSE tomou uma medida significativa e sem precedentes: submeter à audiência pública e consulta popular as minutas que irão nortear o processo eleitoral de 2024.
Entre as diversas normas em debate, destacam-se aquelas que visam proteger o processo democrático diante do avanço vertiginoso da inteligência artificial. Enquanto o Congresso Nacional permaneceu inerte e silente diante desse grave problema mundial, o TSE demonstrou uma postura proativa ao trazer essa questão para o debate público. É inegável a importância de regulamentar o uso da inteligência artificial no contexto eleitoral, garantindo a lisura e a legitimidade dos pleitos democráticos.
Outro pondo que sinaliza isto, foi aceitação do meu convite a Ministra Carmen Lúcia para proferir a palestra magna de abertura do COMPOL - Congresso de Comunicação Política e Institucional, que acontecerá em Curitiba nos dias 15 e 16 de abril, este sem dúvidas é mais um reflexo dessa nova postura do TSE. A ministra, que assumirá a presidência daquela corte no fim do semestre, e terá a missão de conduzir o pleito eleitoral, reconhece a importância do diálogo entre profissionais de comunicação, especialistas e autoridades para o aprimoramento do processo democrático no país.
O COMPOL surge como um espaço itinerante essencial para a troca de conhecimento e atualização dos profissionais e operadores de comunicação política e institucional. Destinado a marketeiros, consultores políticos, jornalistas, profissionais de redes sociais e outros, o evento oferece uma oportunidade única para absorver uma vasta gama de conteúdos ministrados pelos maiores especialistas da área. Com um formato itinerante, o COMPOL realizará em Curitiba uma de suas versões mais importantes, proporcionando um ambiente propício para o aprendizado e o intercâmbio de experiências entre os participantes.
O COMPOL reunirá profissionais e especialistas dos quatro cantos do país para discutir os desafios e oportunidades da comunicação política e institucional. Será um espaço fértil para o intercâmbio de ideias e experiências, onde questões cruciais como o uso da inteligência artificial serão debatidas de forma aberta e transparente.
Neste cenário de transformação e abertura para o diálogo, é fundamental que os profissionais de marketing político estejam atentos às mudanças e desafios que permeiam o ambiente político e eleitoral. A participação ativa em eventos como o COMPOL é uma oportunidade única para se manter atualizado e contribuir para o fortalecimento da democracia por meio da comunicação política responsável e ética.
Em suma, a postura do TSE em promover o diálogo com a sociedade e a participação ativa no COMPOL são passos significativos em direção a um processo eleitoral mais justo, transparente e alinhado com os valores democráticos. Como profissionais do marketing político, devemos estar engajados nesse processo de transformação e comprometidos com a construção de uma sociedade mais democrática e participativa.
Marcelo Senise – Idealizador do Instituto Brasileiro para a Regulamentação da Inteligência Artificial, Sócio Fundador da Comunica 360º, Sociólogo e Marqueteiro, atua a 35 anos na área política e eleitoral, especialista em comportamento humano, e em informação e contrainformação, precursor do sistema de analise em sistemas emergentes e Inteligência Artificial.