Desde os primórdios da nossa história quando ocorriam guerras entre os povos, os vencidos em batalhas eram escravizados pelos seus conquistadores.
No Brasil, a escravidão teve início com a produção de açúcar na primeira metade do século XVI, quando os portugueses transportaram da África, homens e mulheres negras, com a finalidade de utilizar como mão de obra nos engenhos de açúcar do Nordeste.
Eles eram vendidos como se fossem mercadorias, e havia uma variação de preço, pois os mais saudáveis valiam o dobro dos velhos ou fracos. Sua abolição ocorreu em 13 de maio de 1888 com a promulgação da Lei Áurea, feita pela Princesa Isabel.
Nos termos do dicionário eletrônico Dicio, descreve o substantivo masculino escravo, como: “Indivíduo que está ou foi privado de sua liberdade, sendo submetido à vontade de outrem, definido como propriedade”.
O povo de Israel permaneceu como escravos no Egito por aproximadamente quatrocentos anos, sem o direito primário, que é o da liberdade.
Na Bíblia, no livro de êxodo 1, narra a vida dos hebreus como escravos: “Sujeitaram a cruel escravidão. Tornaram-lhes a vida amarga, impondo-lhes a árdua tarefa de preparar o barro e fazer tijolos, e executar todo tipo de trabalho agrícola; em tudo os egípcios os sujeitavam a cruel escravidão. Quando vocês ajudarem as hebreias a dar à luz, verifiquem se é menino. Se for, matem-no; se for menina, deixem-na viver”.
A escravidão física e de raça já ocorreu de forma intensa no passado, mas quantos de nós ainda estamos escravizados por alguma condição? Qual é a sua escravidão? Ela é mental ou física? O que te aprisiona? O que nos falta para sair do cárcere dos pensamentos? O que é necessário para abandonar o passado e prosseguir para as novas oportunidades?
O cantor, guitarrista e compositor jamaicano, conhecido como rei do reggae, Bob Marley, disse: “Liberte-se da escravidão mental, ninguém além de nós pode libertar nossas mentes!”, noutras palavras, é uma decisão.
No contexto da escravidão do povo de Israel, surgiu Moisés, o libertador do povo e que o conduziu à Terra Prometida.
Em determinado momento da saída do povo, eles se deparam com o Mar Vermelho, ou seja, sem nenhuma possibilidade humana de ultrapassar, apesar da recente liberdade, ainda assim, eles reclamavam de que era melhor ter ficado como escravos no Egito, assim como nós, esquecemos, algumas vezes, de forma rápida as conquistas e supervalorizamos os fracassos.
Às vezes, estamos diante de impossibilidade e penumbra da vida, dificultando a travessia das barreiras mental que impomos, mas é preciso tentar, é preciso molhar os pés para que o mar se abra, é preciso persistir!
Assim, podemos até ser fisgado pela escravidão mental, ou quem sabe, até agora, pela escravidão física, entretanto, a certeza que tenho, é a mesma de Moisés diante do mar, e também cantada por Laura Moreno, na letra da música “Antes Você Precisa Crer”:
“Para atravessar o mar, coloque o pé na água Pra chegar ao outro lado, você precisa acreditar Deus quer abrir o mar pra você Mas, antes, você precisa crer”.
Link da música: Antes Você Precisa Crer
Francisney Liberato Batista Siqueira é Secretário de Controle Externo, Auditor Público Externo do Tribunal de Contas do Estado de Mato Grosso, Palestrante Nacional, Professor, Coach, Mentor, Advogado e Contador.