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CIDADES Terça-feira, 28 de Fevereiro de 2023, 08:20 - A | A

Terça-feira, 28 de Fevereiro de 2023, 08h:20 - A | A

DIA DA MULHER

6ª edição do Encontro de Mulheres de Negócios reúne empreendedoras na Fecomércio em Cuiabá

O Bom da Notícia/Com Assessoria

Cerca de 150 mulheres empreendedoras estão inscritas na 6ª edição do Encontro Mulheres de Negócios que ocorrerá no sábado (04.03), das 14h às 20h, no auditório da Fecomércio-MT, em Cuiabá. A programação inclui palestras, rodada de negócios, exposição de produtos, networking e um coquetel antecipando a celebração do Dia Internacional da Mulher.

Para a palestrante e escritora Kátia Arruda, idealizadora do projeto, o objetivo principal é “empoderar mulheres” por meio de conhecimento, troca de informações e de uma rede de apoio que ofereça suporte às empreendedoras mato-grossenses. “Elas vão aprender sobre áreas importantes, como finanças, empreendedorismo, comunicação e imagem”, destaca.

Célia Aparecida Leite, 36 anos, contadora, será uma das participantes do Encontro, que ela acompanha desde a 2ª edição. Nascida e criada no sítio Barreiro, em Nossa Senhora do Livramento, em um ambiente muito complicado, onde a roça era a “diversão” das crianças, ela diz que contou com o apoio de muitas pessoas para conseguir mudar de vida e hoje faz questão de integrar iniciativas que “levantam outras mulheres”.

A contadora faz parte da Associação SOLAR (Solidariedade, Amparo e Regate, membra da Startup Women – SWCuiabá), é membro do Núcleo de Mulheres Negras de Cuiabá e nutre o sonho de entrar na política para trabalhar em prol das minorias. “A vida sempre foi dura e difícil e mesmo assim consegui estudar e crescer profissionalmente, a educação muda as pessoas e o mundo, por isso optei em me juntar a outras mulheres por acreditar que podemos fazer a diferença na sociedade”, avalia.

Dez mulheres assistidas pela Associação SOLAR participarão do evento, que vai contar com quatro palestrantes de peso: Tatiane Salles (Comunicação e Imagem Pessoal), Patrícia Capitanio (Finanças), Kátia Arruda (Empreendedorismo) e Maristela Furtado (Humor). Tatiane é especialista em Comunicação e Imagem Pessoal, consultora de imagem e estilo formada pela Escola de Paris (Ecole Supérieure de Relooking) e representante da Federação Internacional de Profissionais de Imagem com sede em Londres (FIPI) em Mato Grosso.

Já Patrícia Capitanio é escritora, educadora e consultora financeira, formada em Ciências Contábeis, MBA Auditoria e Perícia Contábil; MBA Liderança e Coaching e MBA em Gestão Organizacional, com 15 anos de experiência no mercado financeiro e certificação em Coaching Financeiro. Maristela Furtado é enfermeira e atriz, formada em Artes Cênicas na Universidade de Cuiabá (Unic) e leva atividades artísticas e de humor para dentro das empresas.

Entre os patrocinadores da 6ª edição estão a Rádio Conti, Lebrinha - Água Mineral Natural, Império do Óleo Distribuidora de Lubrificantes, Casa Prado, CVC Viagens e Malai Manso Resort.

Transição de carreira após os 50 anos

Kátia, 56 anos, atua como palestrante e mentora de mulheres, mas nem sempre foi assim. A transição de carreira teve início há três anos de forma traumática, quando passou por uma demissão de um cargo no serviço público. Mesmo com mais de 30 anos de experiência e um currículo de peso – como administradora e Mestre em Gestão de Pessoas - ela não conseguiu recolocação no mercado.

“Naquele momento foi um choque, nunca imaginei que ficaria desempregada, além disso, outras situações me desafiaram, entre elas, o meu sobrinho sofreu um acidente grave e ajudei a cuidar dele, e ainda contraí meningite bacteriana. Depois, em 2020, veio a pandemia. Parecia estar tudo dando errado, mas não desisti, ao contrário, voltei a estudar e vi no empreendedorismo uma saída”, destaca a organizadora.

A oportunidade para colocar o sonho em prática e compartilhar os aprendizados finalmente deu certo em novembro de 2021. Desde então, o Encontro Mulheres de Negócios já contou o engajamento de aproximadamente 300 empreendedoras mato-grossenses. Kátia explica que mesmo aquelas mais tímidas têm a oportunidade de falar durante a “rodada de negócios”, que é um “pitch de venda” dos produtos.

Zila Biancardini do Prado Amaral, 65 anos, “cuiabana chapa e cruz”, também viu no empreendedorismo uma oportunidade para continuar ativa após a aposentadoria como advogada, há 4 anos. Para divulgar suas peças (jogo americano, porta-chaves, porta-joias entre outros produtos artesanais) ela até tem feito curso para aprender a mexer no seu Instagram @boaslembranças.mt

“Montei um ateliê em casa e vou produzindo sem aquela pressão por quantidade, são peças exclusivas, que me dão muito prazer em fazer. O mais difícil mesmo é vender no meio digital, por isso procuro estar junto de outras mulheres para poder contar com este apoio e estou sempre aberta a aprender, acho que envelhecer bem, com saúde e cerca de alegria é uma dádiva”, acrescenta.
Mãe, avó e ‘dona do próprio negócio’

Após um período depressivo, Eliete Paula dos Santos, 57 anos, casada, mãe de 2 filhas e avó de uma menina, resolveu apostar todas as fichas no empreendedorismo para vencer a fase difícil. Trabalhar com vendas e estar em contato com outras mulheres, como aconteceu durante o Encontro de Empreendedoras, ajuda a se manter em movimento constante e receber apoio e incentivo. “Essa conexão é muito importante para fortalecer a minha autoestima e aprender mais sobre empreendedorismo”.

Eliete é formada em Geografia e Recursos Humanos. Durante a maior parte da sua vida trabalhou como funcionária e, paralelamente, desenvolvia outras atividades para complementar a renda da família. A habilidade com vendas surgiu na infância, já que a mãe dela ensinou a fazer salgados e crochê para vender.

“Sempre gostei, mas não tinha assumido ainda como atividade principal. Com a pandemia, tivemos de mudar nossos planos e passei a vender semijoias, com o plus de ter que vender no digital que continua sendo meu maior desafio”. Eliete ama desafios, pois além das vendes on-line, abriu uma loja física em junho do ano passado, em Cuiabá. “Ser empreendedora me permite realizar meu sonho pessoal e ainda cuidar da minha família, porque cuido dela diariamente para ajudar a minha filha”.

De arquiteta a jovem empreendedora

Mariana de Oliveira Arruda, 26 anos, formou-se em Arquitetura em 2019, mas decidiu seguir os passos da mãe, Kátia Arruda, e empreender. Após a demissão do escritório onde trabalhava no final de 2020, a vida tomou outro rumo. “Eu tinha o sonho de ter meu escritório e fazer projetos, mas naquele momento, com apenas um ano de formada, não me sentia preparada para assumir as rédeas sozinha, queria adquirir mais experiência. Enviei currículos, busquei outro emprego, acontece que naquele momento não consegui nada e acabei migrando para a área de fotografia, a partir daí, o que era um hobby, um extra, tornou-se a minha nova paixão que uniu, desde então, fotografia e arquitetura”.

A jovem empreendedora tomou gosto pelo novo negócio, especializou-se em fotografia e, paralelamente, abraçou o projeto da mãe, que teve a sua primeira edição (Encontro Mulheres de Negócios) no final de 2021. O medo inicial de não ter “salário fixo” deu lugar a mais qualidade de vida, liberdade e rendimentos que se expandem progressivamente. “Sair da zona de conforto é o mais difícil, ter que estar sempre estudando, prospectando novos clientes, mas, a mudança no “mindset” vale muito a pena, porque me sinto mais feliz e alcancei um status que jamais teria como funcionária”, argumenta.

Empreendedorismo feminino em alta

As mulheres empreendedoras já somam mais de 30 milhões no Brasil, de acordo com a Global Entrepreneurship Monitor, o que representa 48,7% do mercado. Segundo pesquisa realizada pelo Sebrae, entre 2014 e 2019, o aumento do número de mulheres que decidem abrir o seu próprio negócio cresceu 124%. Aliás, o Brasil é o 7º com mais empreendedores do sexo feminino no mundo. Entre os microempreendedores individuais (MEI), as mulheres já representam 48% do total. Elas costumam atuar mais nos segmentos de beleza, moda e alimentação, mas avançam em todos os setores, inclusive, 20% das atuais startups do país foram fundadas por mulheres.