Com objetivo de divulgar a produção dos artistas plásticos e visuais mato-grossenses, o tradicional Salão Jovem Arte de Mato Grosso retoma suas atividades, após 5 anos, com recursos da Lei Aldir Blanc. Com o tema “Despertar Discos Imaginais”, a 26° edição do evento traz um assunto que dialoga com o conceito da biologia acerca da potência de transmutação na natureza.
A exposição será realizada pela Secretaria do Estado de Cultura, Esporte e Lazer (Secel-MT), pelo Instituto Kurâdomôdo - Cultura Sustentável e pelo Centro Audiovisual Luiz Marchetti (CALM), e conta com o apoio da Assembleia Social, da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) e do Sesc Mato Grosso.
O edital para as inscrições será lançado na próxima quinta-feira (1) e ficará até 8 de agosto. Além disso, a exposição irá ocorrer em três diferentes espaços, sendo eles a Galeria Lava-Pés, Galeria do Sesc Arsenal e no Museu de Arte e de Cultura Popular da UFMT, entre os dias 6 de outubro e 10 de dezembro deste ano em formato híbrido, ou seja, online e presencial com agendamento.
Em conversa com O Bom da Vida, o diretor do Centro Audiovisual (CALM), Luiz Marchetti informou que há uma grande expectativa por parte da equipe que, inclusive, é composta em sua grande maioria por artistas, escritores, cineastas, jornalistas e produtores locais que frequentam os ateliês. Além disso, Luiz demonstrou grande entusiasmo com a iniciativa de retomar o fomento cultural local.
"Fico contente que neste momento tenhamos o Secretário da Secel, Beto Machado fazendo o que precisa ser feito. Animando a indústria criativa mato-grossense, oxigenando os ateliês e fomentando o público com criações locais”, disse.
Venham com decorativo ou conceitual! Queremos arte com potência, com desejo de provocação, coragem e força para desmoronar o patriarcado, e sempre, a delicadeza em busca de outras percepções
O processo seletivo teve início em 2020 e, devido à pandemia, foi encerrado no início de 2021 com o pagamento da instituição contratada. Ao todo, serão selecionados 64 artistas de dez categorias das artes visuais: pintura, desenho, ilustração, escultura/objeto tridimensional, fotografia, vídeo arte, grafite/muralismo, gravura, instalação e performance. As obras selecionadas concorrerão a 18 prêmios em dinheiro, com valores de R$ 2 mil a R$ 6 mil em cada categoria e há ainda dois prêmios aquisitivos de R$ 8 mil.
Devido a pandemia do novo coronavírus, o evento está sendo organizado há mais de um ano com reuniões semanais online. E, para participar, os artistas poderão se inscrever pelo site e a curadoria selecionará por meio de fotografias ou desenhos. Após a classificação, a curadoria entrará em contato com os artistas para que ele encaminhe as obras para a montagem da exposição. Em seguida, a equipe, juntamente com os membros do júri, irão escolher as obras premiadas.
“Somos da mesma indústria e acompanhamos o que aqui se produz, conscientes das dificuldades, dos corres, das gambiarras e dos talentos que não podem ser atrofiados – e não serão. Vamos convidar aldeias indígenas, teremos curadores locais, curadora nacional e uma curadora negra trans. Venham com decorativo ou conceitual! Queremos arte com potência, com desejo de provocação, coragem e força para desmoronar o patriarcado, e sempre, a delicadeza em busca de outras percepções”, pontuou.
Lembrando que, as edições anteriores, foram importantes para divulgar nomes conceituados nas artes plásticas regionais e nacionais como Adir Sodré, Gervane de Paula, Benedito Nunes, Nilson Pimenta, Jonas Barros, Vitória Basaia, Regina Pena, Marcelo Velasco, Adão Domiciano, Carlos Lopes, Marcio Aurélio, dentre outros.
Sobre o Salão Jovem Arte
O Salão Jovem Arte teve sua primeira edição em 1976, como resistência artística regional à ditadura militar. A proposta inicial era de que fosse anual, mas houve períodos de descontinuidade. A edição anterior foi realizada em 2016. Se as edições tivessem sido ininterruptas, o Salão estaria na 46ª edição.
O Instituto Kurâdomôdo
Cultura Sustentável A instituição é uma organização da sociedade civil (OSC) que busca destacar aspectos e expressões culturais diversas, (re)construir e cuidar das relações humanas dentro da sociedade e na natureza.
Com 19 anos de existência, o Instituto Kurâdomôdo traz, em sua nova fase de existência, outros formatos de parcerias com novos olhares sensíveis às maneiras de existir e coexistir na nossa sociedade. O instituto foi a OSC selecionada para gerir e produzir a 26ª edição do evento cultural, juntamente com o Centro Audiovisual Luiz Marchetti (CALM).