Quinta-feira, 25 de Abril de 2024

CIDADES Sábado, 03 de Abril de 2021, 08:20 - A | A

Sábado, 03 de Abril de 2021, 08h:20 - A | A

FÉ INABALÁVEL

Católica fervorosa, Sônia vê perigo em pandemia e celebra Semana Santa de forma online

Marina Cintra/ O Bom da Notícia

A Semana Santa é uma tradição religiosa católica que celebra a Paixão, a Morte e a ressurreição de Jesus Cristo. Ela inicia no Domingo de Ramos, que relembra a entrada triunfal de Jesus em Jerusalém e termina com a ressurreição de Jesus, que ocorre no Domingo de Páscoa. 

Normalmente, as igrejas católicas celebram missas lotadas de fiéis, realizam procissões e destacam dois grandes acontecimentos: Bênção dos Santos Óleos e Instituição da Eucaristia e Cerimônia do Lava-pés. No entanto, devido à pandemia do novo coronavírus, há 1 ano as celebrações modificaram e tornaram-se bem diferentes e, talvez, mais solitárias do que o habitual.

E quando veio a pandemia, nunca mais eu fui à igreja, mas ainda sim, ela está dentro do meu lar

Devido ao fato da população idosa ser considerada grupo de risco para a Covid-19, O Bom da Notícia conversou com dona Sônia Maria, de 70 anos, católica fervorosa e com uma fé inabalável. Há mais de 1 ano sem ir à missa, devido ao medo de ser contaminada pelo vírus, Sônia relata que antes da pandemia era costume ir à missa todos os domingo, mas agora, os tempos mudaram.

“Antes da pandemia eu ia à igreja todos os domingos. Eu me sentia muito feliz por ir à missa, pois eu fui criada na igreja católica. E quando veio a pandemia, nunca mais eu fui à igreja, mas ainda sim, ela está dentro do meu lar. Assisto à missa online e rezo o terço. Não sinto a mesma coisa, porque claro, presencialmente, é melhor”, disse.

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Ano passado, na primeira onda da Covid-19, Sônia se sentiu fragilizada sem poder sair e celebrar. Por isso, começou assistia à missa online, fazer orações, terços e jejum em casa.  Além disso, faz questão de seguir os costumes a risca, como por exemplo, colocar pano branco na porta como o Papa Francisco pediu - o pano simboliza o túmulo vazio do Ressuscitado-.

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“Eu aprendi com a minha mãe que é uma semana de muita adoração. Pedir perdão, perdoar as pessoas e si perdoar. A gente rezava muito e eu continuei. Temos que preparar o coração para sermos mais puros, termos esperança, amor e, principalmente, mais fé”, relata.

Antigamente, em especial, na “Sexta-feira da Paixão”, que recorda o dia em que Jesus Cristo morreu crucificado, era o ponto alto da Semana Santa. Dia de jejum, silêncio, orações e muito respeito, sem espaço para realizar coisas simples como ligar o rádio, lavar louça e deixar crianças brincarem. Para algumas famílias, esse costume foi passado e dona Sônia por ter casado muito cedo, presenciou o costume na família de seu marido.

“Eu costumo ficar mais quieta, fazer só coisas do dia-a-dia e ficar mais em adoração, na presença do Senhor. Também não costumo iniciar nada durante essa semana. A minha mãe deixava ligar rádio, porque dizia que não adianta não ligar e o coração não estar puro.

Mas no meu sogro, por exemplo, não assistia ou ligava nada. Na sexta-feira santa nem vasilha lavava. "Hoje em dia eu acredito que isso não existe mais”, afirma. 

A fé de Sônia vai além da Semana Santa, pois ela acredita que, o momento crítico da pandemia pede muita reflexão para que os cristãos possam entregar mais ao senhor, viver mais a vida religiosa.

“Nós temos que ter mais fé e esperança, para sairmos desta pandemia. Os cristãos precisam ter mais fé”, pontua.