Dos 150 municípios mato-grossenses, pelo menos 50 estão enfrentando maior dificuldade para abastecimento. A estimativa é do coordenador de resposta e reconstrução da Defesa Civil, sargento Wagner Rosa, que explicou como está sendo a atuação das equipes diante da greve dos caminhoneiros. A paralisação ultrapassou uma semana e mesmo com o atendimento das reivindicações do governo federal, os manifestantes continuam em protesto nas rodovias.
“O trabalho da Defesa Civil é auxiliar esses municípios no levantamento dessas situações. Nossas equipes estão orientando os profissionais no recolhimento dessas informações. Temos mais de 50 municípios que estão passando por dificuldades”, disse o sargento.
A Defesa Civil é um órgão conduzido e fiscalizado pela Casa Civil. Porém, no estado existem apenas 74 coordenadorias, o que dificulta o acesso às informações.
Conforme o sargento, ainda não é possível confirmar as localidades em estado crítico, uma vez que cada qual tem a sua “particularidade” de abastecimento. Dessas, podem faltar água, comida e até mercadorias complementares. Muitos estabelecimentos informaram sobre esvaziamento dos estoques.
“Ainda não temos como quantificar os municípios que estão em estado crítico, porque cada um tem a sua particularidade. Por exemplo, alguns estão tendo mais dificuldade com a falta de gás GLP, outros estão ficando sem água. Então nós vamos aguardar o levantamento”, informa o coordenador.
A greve dos caminhoneiros afetou praticamente todos os setores do país. Um balanço preliminar da PRF, diz que mais de 556 pontos de bloqueios foram registrados em rodovias, o que impactou diretamento no cancelamento de 30 voos, pela falta de combustível.
Postos de combustíveis
Em Cuiabá, alguns caminhões foram escoltados pela Polícia Rodoviária Federal, na manhã de segunda-feira (28). No entanto, nas unidades abastecidas foram registradas filas quilométricas de veículos, muitos na “reserva” tendo de ser empurrados.
Em contrapartida, o Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis de Mato Grosso (Sindipetróleo), informa que o abastecimento regular continua interrompido. Alguns postos ainda possuem óleo diesel. Há cargas aleatórias chegando ao mercado por meio de escolta policial. Não é possível saber do volume. Em Rondonópolis (214 km ao Sul), 50% desses locais foram reabastecidos com ajuda das polícias.
Serviços essenciais realizados pelos órgãos públicos estão sendo atendidos, mas não em sua totalidade.
Há a expectativa do fim da paralisação, entretanto, o sindicato não tem previsão de exatamente quando isso vai ocorrer. Não há, portanto, condições de quantificar a porcentagem de postos que poderiam estar em atividade. O que se sabe é que 100% foram impactados.