Segunda-feira, 14 de Outubro de 2024

CIDADES Quarta-feira, 12 de Dezembro de 2018, 16:56 - A | A

Quarta-feira, 12 de Dezembro de 2018, 16h:56 - A | A

EFEITO CRISE

Empresas sinalizam suspensão de comidas dos presídios de MT por falta de pagamentos

Karollen Nadeska, da Redação

Representantes de 16 empresas fornecedoras de alimentos aos presídios de Mato Grosso, ameaçam paralisar as atividades a partir de sexta-feira (14), em decorrência dos atrasos constantes do Governo do Estado. Com isso, estima-se que mais de 6 mil reeducandos das 56 unidades do Estado fiquem sem receber alimentação ao longo deste período.

 

Os empresários alegam que o Governo possui uma dívida de R$ 25 milhões com as fornecedoras, algumas sem receber a pelo menos 6 meses. Por conta disso, o grupo decidiu pedir intervenção da Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil – seccional Mato Grosso, para intermediar uma negociação junto ao Executivo a fim de garantir o pagamento desse passivo.

 

Reunido na noite dessa terça-feira (11), na sede da entidade com o presidente da comissão, o advogado Waldir Caldas, o empresário Cristiano Milhomem, expôs os problemas acarretados em virtude dos atrasos.

 

Segundo ele, esse é um problema que se arrasta desde o início da gestão Pedro Taques (PSDB), que em todas as oportunidades de ameaças de paralisação dos serviços, mediava acordo para cumprir com pagamento de todas as parcelas em atrasos, o que não aconteceu.

 

“Esse é um problema sistemático que já ocorre desde o início deste Governo. Então todo o capital de giro dos fornecedores foi consumido ao longo dos seus 48 meses e criou-se essa situação hoje”, afirma.

 

Ainda de acordo com o Milhomem, apenas 50% das refeições serão cortadas. “O fornecedor que está mais em dia com o Estado tem dois meses indo para o terceiro mês agora”, informa.

 

O empresário afirma que com o não recebimento, as terceirizadas perderam credibilidade no mercado, uma vez que utilizou todo o capital de giro e também em relação aos empréstimos com as unidades bancárias que ficaram prejudicados.

 
Em contrapartida, Milhomem disse que aguarda por um posicionamento da Secretaria de Fazenda do Estado (Sefaz), sobre a quitação do débito atual, mesmo com a preocupação de retaliação por parte dos presidiários, em decorrência da falta de comida.

 

“Muitos fornecedores já estão pensando em paralisar na sexta-feira, eu tenho procurado mostrar que através do diálogo a gente terá uma boa solução, porque se nós pararmos já aí é um problema sério que nós sabemos o tamanho que pode haver morte dentro das unidades prisionais. 


A reportagem entrou em contato com a assessoria da Sefaz, que afirmou enviar uma nota para esclarecer a situação.