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CIDADES Segunda-feira, 12 de Abril de 2021, 10:40 - A | A

Segunda-feira, 12 de Abril de 2021, 10h:40 - A | A

FORMATO HÍBRIDO

Escolas particulares voltam hoje às aulas em Cuiabá, já a rede pública somente em maio

O Bom da Notícia

A cidade de Cuiabá se prepara para o retorno das atividades escolares presenciais em breve, depois de mais de um ano paralisadas, em razão da adoção de medidas restritivas de combate à pandemia do novo coronavírus.

Na última sexta (9), foi publicado pela prefeitura, o Decreto Municipal nº 8.388, que prevê o retorno das atividades escolares de maneira híbrida, isto é, as atividades presenciais na rede pública municipal devem ser retomadas de maneira parcial (enquanto uma parte das aulas continuam na modalidade EAD) a partir do dia 3 de maio.

E nesta segunda-feira (12), as escolas de ensino da rede particular já estarão autorizadas a retomarem também de maneira híbrida.

A decisão vem em um momento no qual a segunda onda do Covid avança no Brasil, com país registrando novos recordes de óbitos e casos de contaminação, e o índice de vacinação ainda distante do ideal. No entanto, a capital mato-grossense apresenta indicadores melhores do que os apurados a nível nacional.

Em live, na sexta, Emanuel Pinheiro(MDB) declarou que a decisão se deu pelo fato de Cuiabá ter deixado o ranking de cidades com “risco muito alto de contágio”, passando a ser classificado como “risco alto”.

O gestor municipal alegou que as medidas de biossegurança (como distanciamento, uso de máscaras adequadamente e uso de álcool gel) já previstas nas legislações vigentes seguem inalteradas, reiterando o foco na preservação da integridade física dos alunos na retomada das aulas. O protocolo estabelecido também determina que haverá a limitação do preenchimento de alunos em 50% da capacidade total de cada sala.

Tais ações refletem a gravidade dos impactos da Covid no ambiente educacional, que fatalmente prejudicou a aprendizagem de milhões de alunos no Brasil. Com o avanço da pandemia em maio de 2020, o setor foi um dos primeiros a suspender as atividades presenciais, e um dos únicos que ainda retomaram, ainda que parcialmente.

Foram realizadas tentativas de migração temporária das aulas para o ambiente digital, porém como várias famílias não possuem acesso à internet e a dispositivos tecnológicos necessários, entre outros fatores, essa situação não conseguiu suprir a carência do ensino presencial. “Não tive como ver as aulas, o único celular de casa é o da minha mãe, e minha mãe trabalha o dia todo” relata Eduardo de 11 anos aluno de escola municipal.

A mãe do jovem, Carmem Ferreira teme pela situação e afirma que está “difícil para comprar comida” quem dirá para consertar o aparelho do filho para possibilitar ao jovem ver as aulas. “Tenho três adolescentes em casa, quando chego do serviço, tento dividir o celular para os três poderem fazer as tarefas”. Porém diante da retomada do ensino no formato híbrido Carmem teme pela saúde do filho. “Muitas escolas não tem nem merenda para as crianças quem dirá álcool em gel”, diz a manicure.

Estes fatores motivaram intensos debates por profissionais do meio, e gestores públicos, a respeito das estratégias necessárias para contornar a situação.

A equipe de reportagem do O Bom da Notícia conversou com Edson Carvalho, um profissional da área da educação para compreender melhor as perspectivas deste frente à retomada das aulas no cenário que se apresenta com o avanço da pandemia em todo Brasil. De acordo com Edson, “a modalidade de ensino híbrido pode trazer ao aluno uma experiência satisfatória, desde que este tenha disciplina e responsabilidade em assistir as aulas mesmo que gravadas e absorver ao máximo o momento em sala de aula para assim ter um bom resultado.”

Além disso, segundo o educador, a retomada, desde que de forma consciente e estruturada, se apresenta extremamente necessária. “Temos que ter a consciência que o vírus está em todos os lugares e nossa única arma contra ele (até que todos sejam vacinados), é nos proteger e tomar todas as medidas de segurança. São elas que nos livram desta terrível doença.”