“Para a gripe a gente nunca consegue se imunizar, porque recorrentemente nós pegamos gripes de vírus que são diversificados. O problema é que tem casos que são mais graves, como a síndrome respiratória aguda que é onde entra a influenza. Então para este ano, o Ministério da Saúde já determinou que a vacina venha com esses três vírus para imunização, que é o H1N2, H3N2 e a Influenza B”, explica a coordenadora de Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Estado de Saúde (Ses), Alessandra Moraes.
Segundo levantamento da pasta responsável divulgado na terça (10), Mato Grosso investiga pelo menos 42 casos suspeitos de influenza H3N2, que é um novo tipo de vírus derivado do H1N1. Desses, 8 pessoas vieram à óbito e 13 conseguiram alcançar a cura, por meio de intervenção da Saúde local. Uma das mortes ocorreu em Cuiabá (MT).
Para evitar o alastramento da doença, em função da rapidez com que a mesma se propaga, a secretaria anunciou a campanha de imunização contra as influenzas no Estado. O período de vacinação inicia no dia 23 deste mês e segue até 26 de maio.
De acordo com a coordenadora da vigilância, não é possível se “blindar” contra a gripe em si, em decorrência das centenas de infecções que vão aparecendo de tempo em tempo.
"A vacina de gripe não é igual uma vacina de febre amarela que já se sabe e produz em larga escala e aquilo é observada somente em data de validade. A cada ano é produzida uma vacina específica para aquele vírus que a OMS aponta que será o vírus que deve circular”, disse em entrevista ao programa Tribuna, da rádio Vila Real.
Em contrapartida, Alessandra explica que o setor competente tem trabalhado arduamente para identificar a extensão da doença.
“Mato Grosso hoje tem notificado 42 casos suspeitos. Funciona da seguinte forma: o serviço suspeita que aquele quadro clínico preenche os critérios para H1N1 e notifica e é aí que entra a vigilância, que colhe esses exames para aqueles casos suspeitos. Esses casos entram no nosso banco e até que saia o resultado eles ficam como suspeitos”.
“Quando evolui para a cura, é iniciado o tratamento imediatamente. Então, aquele exame pode retornar e a pessoa pode ter recebido alta. Mas, ainda assim nós analisamos com maior precisão e a vigilância epidemiológica precisa dessa notificação, exatamente para saber o que está acontecendo e tomar as devidas providencias”, argumentou.
Conforme a coordenadora, resta aguardar a “sorologia” para confirmar ou não a extensão do H1N1 presente nos casos de óbitos.
“Esses oito óbitos eles são casos suspeitos que evoluíram para óbito. Porém, desses até o presente momento, somente um confirmou que foi por H1N1. Os demais ainda nós estamos aguardando a sorologia”, reiterou.
Para complementar, Alessandra alerta a população sobre os principais sintomas existentes.
“As crianças e idosos para essa doença especificamente, representa um público de risco. É importante que as pessoas verifiquem num quadro de gripe, preste atenção se tiver sangramento, coriza, dores no corpo e até mesmo conjuntivite associada. Se todos esses sintomas continuarem, busque a unidade de serviço mais rápido possível, principalmente pessoas que tem o hábito de estar viajando”, finaliza.