(Foto: Ilustração/Web)

"Vitória Basaia para nós continuará sendo essa ponte cósmica para um sentimento de respeito à vida e à natureza, mensagem presente em toda sua obra. Ela nos deixa como legado um olhar para além da finitude desse mundo"
'Quando eu partir quero bolo, balinha e balão. Não quero reza de ladainha. Quero riso e cantoria. A morte deveria ser comemorada assim como o nascimento. Sou Gulosa! Gosto de Beijo. Abraço. E Prosa.'
Este texto ingênuo, distante do clichê e do que consideramos, de fato, o que é piegas, foi deixado há poucos dias pela artista plástica Vitória Basaia, que morreu nesta última quarta-feira(15), aos 68 anos.
Cumprindo seu desejo famiiares e amigos mais próximos de Basaia se despedirão com arte, música e poesia.
Seu corpo será velado na Capela Jardins, em Cuiabá, a partir das 13h desta quinta-feira (16).
A família espera a chegada das duas irmãs, uma de Goiás e outra da Suíça, para decidir o local do sepultamento. O que está acertado é o horário do cortejo até o cemitério, às 10h desta próxima sexta-feira.
De acordo com um de seus filhos, Juan Maro, Basaia estava internada desde o dia 8 de maio em razão de problemas circulatórios. E chegou a realizar um procedimento vascular de emergência para restabelecer o fluxo sanguíneo, mas sem sucesso acabou sendo intubada há dois diase nesta quarta acabou vindo a óbito.
"Vitória Basaia para nós continuará sendo essa ponte cósmica para um sentimento de respeito à vida e à natureza, mensagem presente em toda sua obra. Ela nos deixa como legado um olhar para além da finitude desse mundo", escreveram Julio César, seu companheiro e oseus três filhos, nas redes sociais.
Nascida no Rio de Janeiro em 1951, Vitória Basaia veio morar em 1981, em Cuiabá e mais tarde tornou Várzea Grande seu lugar. Onde desenvolveu projetos de reciclagem de lixo junto à população carente. Em 1992 deu início ao projeto Galeria do Povo, com interferências urbanas em murais, fachadas de casas, lojas e praças.
Basaia iniciou nas artes plásticas como autodidata e desenvolvia pesquisas com pigmentos naturais e materiais recicláveis. As telas e esculturas eram feitas de tintas com terra e rejeitos como madeira, sucata e plástico.
Além de artista, Vitória era jornalista, e fez parte da editoria de cultura, cobrindo pautas relacionadas à arte na capital. Hoje, a cultura de Mato Grosso lamenta a morte de tão extraordinária artista que partiu aos 73 anos.