A Secretaria de Estado de Saúde (SES/MT), por meio da Vigilância Epidemiológica Estadual, confirma um caso de febre amarela em humano no estado. O paciente é de Primavera do Leste, trabalha como classificador de grãos e reage bem ao tratamento.
Diante deste caso, a Vigilância em Saúde do município, com apoio do Escritório Regional de Saúde (ERS) de Rondonópolis, desencadeou as ações de prevenção e controle da doença começando por reunião estratégica emergencial entre as duas equipes, seguida de investigação do caso positivo e do local da possível infecção.
Nota técnica assinada pela Gerência de Doenças e Agravos Endêmicos e Coordenadoria de Vigilância Epidemiológica informa que foi realizada ainda a investigação de possíveis macacos infectados na região, busca ativa de pacientes com possíveis sintomas da febre amarela nas unidades de saúde do município e bloqueio vacinal da população sem registro de vacina.
O caso continua sob investigação, porque durante entrevista o paciente relatou que no período que antecedeu o surgimento dos sintomas da doença ele havia percorrido várias áreas rurais dos municípios de Primavera do Leste, Itiquira, Campo Verde e Alto Taquari.
Diante deste relato, a equipe do ERS de Rondonópolis precisou estender as ações para os demais municípios realizando reunião ampliada para a elaboração do plano de enfrentamento. Os quatro já elaboraram seus respectivos planos e em todos há previsão da realização de um Dia D para repasse de informações à população e imunização daqueles que ainda não foram vacinados.
A SES solicitou ao Programa Nacional de Imunização (PNI) doses suficientes de vacina para estes quatro municípios. Mato Grosso é área endêmica para a doença e no período de 2010 a 2017 foram notificados 44 casos suspeitos e nenhum destes confirmados. O último caso confirmado no estado foi em 2009, no município de Feliz Natal.
A febre amarela
De acordo com o Ministério da Saúde, a febre amarela é uma doença infecciosa febril aguda causada por um vírus transmitido por mosquitos vetores, e possui dois ciclos de transmissão: silvestre (quando há transmissão em área rural ou de floresta) e urbano.
O vírus é transmitido pela picada dos mosquitos transmissores infectados e não há transmissão direta de pessoa a pessoa. A febre amarela tem importância epidemiológica por sua gravidade clínica e potencial de disseminação em áreas urbanas infestadas pelo mosquito Aedes aegypti.
Os sintomas iniciais da febre amarela incluem o início súbito de febre, calafrios, dor de cabeça intensa, dores nas costas, dores no corpo em geral, náuseas e vômitos, fadiga e fraqueza. A maioria das pessoas melhora após estes sintomas iniciais.
No entanto, cerca de 15% apresentam um breve período de horas a um dia sem sintomas e, então, desenvolvem uma forma mais grave da doença. Cerca de 20% a 50% das pessoas que desenvolvem doença grave podem morrer. Em caso de sintomas, procurar a unidade de saúde mais próxima de casa. Somente um médico é capaz de diagnosticar e tratar corretamente a doença.
Prevenção
O Sistema Único de Saúde (SUS) oferta vacina contra febre amarela para a população. Desde abril de 2017, o Brasil adota o esquema vacinal de apenas uma dose durante toda a vida, medida que está de acordo com as recomendações da Organização Mundial de Saúde (OMS). Toda pessoa que reside em Áreas com Recomendação da Vacina contra febre amarela e pessoas que vão viajar para essas áreas deve se imunizar.
A vacinação para febre amarela é ofertada na rotina dos municípios com recomendação de vacinação nos seguintes estados: Acre, Amazonas, Amapá, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins, Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Bahia, Maranhão, Piauí, Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Além das áreas com recomendação, neste momento, também está sendo vacinada a população do Espírito Santo.