Segunda-feira, 09 de Setembro de 2024

CIDADES Sábado, 12 de Junho de 2021, 10:09 - A | A

Sábado, 12 de Junho de 2021, 10h:09 - A | A

ARENA PANTANAL

Trabalhadores da enfermagem vão realizar nova manifestação em defesa da aprovação do piso salarial e carga horária

Marina Cintra/ O Bom da Notícia

O grupo Soldados da Enfermagem, realiza neste domingo (13), às 18 horas, em frente a Arena Pantanal, uma nova passeata em prol da aprovação do Projeto de Lei (PL) 2564/2020, que cria um piso salarial para trabalhadores da enfermagem e fixa a jornada de trabalho em 30 horas semanais. Além disso, o grupo irá a público para externalizar o descontentamento, após o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), retirar a urgência da votação, afirmando que o atual PL é inoperante.

O ato seguirá, igualmente, o ritmo da passeata do dia 2 de junho, quando a categoria, com aproximadamente 1.500 profissionais de saúde, juntamente com apoio das organizações de classe da área de enfermagem, pediram por reconhecimento e valorização. Todos com faixas, cartazes, vestidos de branco e, principalmente, seguindo todas as medidas de biossegurança para evitar a disseminação da covid-19.

A classe se sente desprezada e totalmente desamparada em seus direitos, visto que muitos profissionais já morreram nessa luta contra a Covid-19, deixando seus familiares sem nenhum amparo. Infelizmente, vivemos com medo de adquirir essa doença e levar para nossas famílias. Essa luta não nasceu hoje, pois o PL está parado há décadas e os parlamentares não se interessam pela nossa causa

O  enfermeiro e mestre em saúde coletiva, Daniel Alves e o técnico de enfermagem do Hospital Júlio Muller e teólogo, Paulo Ribeiro conversaram com o site O Bom da Notícia para dar voz à luta da categoria que vem se estendendo por décadas, trazendo um sentimento de desamparo e desprezo pela classe e por seus direitos.

O técnico de enfermagem, Paulo Ribeiro, informou que após uma reunião com os representantes dos conselhos de enfermagem em Belo Horizonte, a categoria irá enviar um documento ao senador Rodrigo Pacheco para que a votação do PL seja aprovada. 

"A classe se sente desprezada e totalmente desamparada em seus direitos, visto que muitos profissionais já morreram nessa luta contra a Covid-19, deixando seus familiares sem nenhum amparo. Infelizmente, vivemos com medo de adquirir essa doença e levar para nossas famílias. Essa luta não nasceu hoje, pois o PL está parado há décadas e os parlamentares não se interessam pela nossa causa”, explicou.

O projeto em pauta tramita no Senado e altera a Lei nº 7.498, de 25 de junho de 1986, para instituir o piso salarial nacional do Enfermeiro, do Técnico de Enfermagem, do Auxiliar de Enfermagem e da Parteira. Com isso, o grupo conta com apoio do Conselho Regional de Enfermagem de Mato Grosso (Coren-MT), a subseção mato-grossense da Associação Brasileira de Enfermagem (ABEn-MT) e o Sindicato dos Profissionais de Enfermagem (Sinpen-MT).

"Soldados da Enfermagem são cada profissional membro da equipe de enfermagem que de forma aguerridamente cuida do amor de alguém. Acreditamos que juntos somos a enfermagem”, pontuou Daniel Alves.

Outro lado

Apesar do projeto de lei contar com apoio da maioria dos parlamentares no Senado, enfrenta oposição dos setores privados da saúde que, inclusive, em abril, encaminharam uma carta de repúdio ao presidente do Senado para tentar impedir a tramitação do PL e uma possível crise.

No dia 27 de abril, a Associação Mato-grossense dos Municípios (AMM), ressaltou que a fixação do piso salarial para as categorias geraria um grave problema financeiro para os municípios, que já não dispõem de receita compatível com as despesas.

O presidente da AMM, Neurilan Fraga, reiterou que o movimento municipalista deveria pedir aos senadores a inclusão de uma emenda, para que o governo federal seja um agente cofinanciador das despesas com o piso salarial.