Domingo, 06 de Outubro de 2024

CIDADES Quarta-feira, 29 de Maio de 2024, 14:12 - A | A

Quarta-feira, 29 de Maio de 2024, 14h:12 - A | A

LUTO

Última mensagem de sargento à esposa foi para ajudar família necessitada

Da Redação do Bom da Notícia com Assessoria

Uma pessoa generosa e sempre disposta a ajudar o próximo, pilar de sua casa e querido pela família. É assim que o sargento Odenil Alves Pedroso, 47, é descrito pela esposa, Rafaely Adriane Alves, que lida com sua dor, ao mesmo tempo em que precisa dar apoio aos pais do policial e aos filhos menores. O sargento foi morto com um tiro na cabeça, enquanto trabalhava na Unidade de Pronto Atendimento do Morada do Ouro, em Cuiabá, na terça-feira (28).

A agora viúva conta que o dia transcorria normal até por volta das 16h30. O marido levou a mãe idosa ao médico, voltou para casa e seguiu para a jornada extra na UPA. O casal conversou por mensagem durante a tarde, até que o último texto foi lido em torno das 15h30.

“Ele sempre ajudava as pessoas, comprava rifa, doava coisas, fazia o que podia para ajudar. Era umas 15h quando ele me escreveu dizendo que um colega estava fazendo campanha para uma família de venezuelanos e pedia para eu juntar algumas doações que iria levar para os imigrantes. Eu respondi com um ‘joinha’ e ele leu às 15h30. Depois nenhuma mensagem foi mais vista, acho que foi perto desta hora que tudo aconteceu”, narra a mulher.

Foi por este coração solidário que o sargento sempre teve em vida, que a família decidiu doar as córneas dele para que outra pessoa possa enxergar. “Ele sempre apoiou causas da saúde e ajudou quem podia. Decidimos que ele iria continuar ajudando”.

Os órgãos foram coletados na manhã desta quarta-feira (29), quase simultaneamente com as notícias do falecimento que chegava aos pais, já idoso, e aos filhos, de 5, 15 e 24 anos.

“A gente tem que ter cuidado ao falar com os pais dele, que já são idosos. Estão arrasados. Minha caçula só chora, ela era muito apegada ao pai. E eu estou fazendo o que posso, mas dor é muito grande”, conta a viúva.

Rafaely destaca que o marido sempre fez jornada extra e viagens para complementar a renda de casa. Policiais militares são servidores efetivos do Estado, mas podem atender a trabalho para a prefeitura nos horários de folga. Para melhorar a renda, muitos deles abrem mão do descanso para garantir um pouco mais de conforto à família por meio da renda extra com o serviço já que o salário da PM estava defasado. No caso do sargento Odenil, ele trabalhava na segurança da UPA Morada do Ouro, onde foi baleado por criminoso.

A mulher destaca que tem recebido assistência da Associação dos Cabos e Soldados da Polícia Militar e Corpo de Bombeiros (ACS-MT) para as tratativas de velório e enterro. Ela também pontua que a Polícia Militar tem oferecido apoio neste momento delicado.