Uma competição como as Paralimpíadas Escolares, realizada na semana passada em São Paulo com mais de 1.200 participantes, é marcada por diversos vencedores. As imagens dos pódios são cheias de simbologia e as lágrimas são frequentes, seja entre aqueles que receberam medalhas ou entre os que não chegaram lá.
A tentação em dizer que não há vencedores e derrotados em um evento como este é grande. Mas, dentre as muitas lições que o esporte nos ensina, esta é fundamental: às vezes se ganha, em outras se perde. O empate nem sempre é uma opção. E a vitória, salvo raríssimas exceções, é daquele que melhor se preparou.
Participar é fundamental. O esporte é um direito de todos e não pode ser negligenciado. Mas é preciso, também, aprender a buscar a vitória. Tomar o gosto pelo pódio, não apenas pela superação do próprio limite, mas também dos adversários. A vitória tem sabor doce, é como uma sobremesa após o "esforço" de comer o prato principal, nem sempre saboroso, formado por treinos e trabalho. E sobremesa é algo que se saboreia com alegria. Nada de tirar o doce da vitória dizendo que "o importante é competir".
Para compreender essa doçura é fundamental também falar da derrota. O título dessa coluna bem que poderia ser: o importante é perder. Como um remédio amargo, o gosto de sair de uma competição sem ser premiado deve ser usado como uma lição de que há algo a ser melhorado, e de que para chegar ao doce sabor da vitória é preciso mudar algo.
As Paralimpíadas Escolares carregam um caráter lúdico, mas não se limitam a isso. É o início da vida em alto rendimento, e nela as frustrações e resultados negativos vão existir. Então, por que não aprender a lidar desde cedo com a derrota? Àqueles que já tiveram o doce sabor da vitória, é preciso saber que tudo está apenas no começo.
Daqui a alguns dias os atletas que se destacaram na semana passada estarão de volta ao Centro de Treinamento Paralímpico, em São Paulo. Mas eles não virão simplesmente para provarem uma nova sobremesa. O prêmio pelo esforço será um camping, onde eles conhecerão o "arroz com feijão" que os pode levar a pódios ainda mais altos: treinos e o primeiro contato com a rotina de atletas de alto rendimento.
Fonte: IG Esportes