Segunda-feira, 14 de Outubro de 2024

ESPORTES Segunda-feira, 26 de Agosto de 2024, 12:48 - A | A

Segunda-feira, 26 de Agosto de 2024, 12h:48 - A | A

CONFERÊNCIAS EM TODO O BRASIL

MT realiza conferência do G-20 Favelas e apresenta demandas

Da Redação do O Bom da Notícia com Assessoria

 

Neste sábado, 24 de agosto, o G20 Favelas, grupo criado pela Central Única das Favelas (CUFA), pela Frente Parlamentar das Favelas e pela Frente Nacional Antirracista (FNA), realizou 21 conferências estaduais em todo o Brasil. Em Mato Grosso, o evento foi realizado no auditório Anderson Flores, do Cineteatro Cuiabá e contou com a parceria do Instituto Estadual Sementes do Bem.

O encontro mobilizou as comunidades das favelas da região metropolitana de Cuiabá e lideranças quilombolas, incluindo líderes, moradores e apoiadores, com foco em debates para soluções desses territórios. As soluções apresentadas no encontro serão discutidas no evento nacional, que acontecerá no Fórum Mundial das Favelas, em outubro, e as propostas mais destacadas serão apresentadas no G20, marcado para novembro no Rio de Janeiro.

“É de extrema importância que as demandas da favela cheguem através desses gestores, para que as políticas públicas afirmativas se tornem concretas na realidade da favela, como a questão de regularização fundiária, melhoria da educação, a implementação de fato da lei 10.639, o recorte de gênero onde a mulher que é o arrimo da família dentro das favelas tenha mais oportunidades de empreendedorismo, fomento, microcrédito. Dessa forma, a gente acredita que vai ser possível, partindo desse encontro porque o G20 social é o ouvido do povo, é o ouvido das favelas dentro dos maiores centros internacionais de recurso e patrimônio financeiro do mundo”, afirmou a coordenadora da etapa estadual Conferência Internacional em Mato Grosso do G-20 Favelas, Joyce Lombardi.

Durante a conferência, o presidente da CUFA em Mato Grosso, Anderson Zanovello, ressaltou que a favela é uma grande potência, uma vez que durante a pandemia foi a favela que manteve o Brasil em movimento. “Foi o povo da favela que estava atendendo os postos de combustíveis, abastecendo os supermercados, os moradores de favela que eram os próprios motoristas de ônibus transportando outros para irem trabalhar. Então, isso é uma grande potência e a realização dessa conferência é um momento histórico porque a favela agora vai ocupar uma cadeira em um espaço de decisão”, declarou Zanovello.

Representante da Frente Nacional Antirracista em Mato Grosso, José Pereira, afirmou que o objetivo principal deste movimento é o entendimento dos entes públicos da necessidade se ter políticas públicas para as favelas. “Muitos veem a favela como algo problemático e na realidade não é isso. Porque se tem política pública, a favela pode ser um grande provedor de impostos para o governo. É você investir e receber em troca, gerando empregos e qualidade de vida”, explicou Pereira.

Na conferência estadual do G-20 Favelas em Mato Grosso, durante os debates dos eixos teve destaque para a Cultura na Favela, como forma de geração de renda e fomento para as comunidades, entre outros encaminhamentos feitos pelas lideranças.

*Propostas de soluções destacadas durante a conferência*
Infraestrutura e Urbanização: melhoria das condições de moradia, saneamento básico, acesso à água potável e infraestrutura urbana adequada;

Segurança Pública: redução da violência e fortalecimento das políticas de segurança que respeitem os direitos humanos;

Educação: acesso à educação de qualidade, com escolas bem equipadas e programas de apoio para jovens e adultos;

Saúde: ampliação e melhoria dos serviços de saúde, com atenção especial à saúde mental e prevenção de doenças;

Direitos Humanos e Inclusão Social: combate ao racismo, discriminação e promoção de políticas de inclusão social e igualdade;

Meio Ambiente e Sustentabilidade: ações para enfrentar os impactos das mudanças climáticas e promover práticas sustentáveis nas comunidades.

O G20 Favelas oferece uma oportunidade inédita para dialogar com as 19 potências econômicas, visando a construção de políticas públicas eficazes baseadas na narrativa de quem vive os problemas.