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POLÍCIA Quinta-feira, 28 de Novembro de 2019, 09:59 - A | A

Quinta-feira, 28 de Novembro de 2019, 09h:59 - A | A

PAI TAMBÉM PODE RESPONDER PELO CRIME

Justiça manda para cadeia mulheres que mataram criança por espancamentos

O Bom da Notícia

PM

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Gustavo de Souza, pai do menino Davi Gustavo Marques de Souza de 3 anos, que morreu brutalmente nas mãos da mãe e da madrasta em Nova Marilândia (a 261 km de Cuiabá), foi ouvido pelo delegado Marcelo Henrique Maidame da Polícia Civil nesta quarta-feira (27), juntamente com as mulheres.

 

Ele contou que já havia procurado a polícia e registrado um boletim de ocorrência denunciando Luana Marques Fernandes, 25 anos - sua ex-esposa - e Fabiola Pinheiro Bracelar, 22 anos - namorada dela - pelo crime de maus-tratos. Os sinais encontrados no corpo do filho das agressões foram fotografadas e entregues, inclusive, à polícia.

 

O pai alega que procurou o Conselho Tutelar de Nova Mutum, cidade onde morava na época, para denunciar o crime, mas foram informados que nada poderia ser feito e que eles teriam que ir até Nova Marilândia, onde a criança morava. O pai não foi, segundo a polícia, por isso ele pode responder por omissão de socorro. Ele também não pediu à Justiça a guarda do menino, confirmou a Polícia Civil.

 

Mãe e madrasta tiveram a prisão mantida em audiência de custódia realizada na manhã desta quinta-feira (28), na cidade de Arenápolis. Elas foram encaminhadas para o presídio de Nortelândia e devem responder por tortura qualificada e homicídio doloso.

 

De acordo com laudo médico, Davi tinha diversas lesões internas, com hemorragia, inclusive no abdôme, após sessões de espancamento. As lesões sugerem esmagamento, provavelmente provocado pelo pé.

 

A madrasta, Fabíola, confessou o crime, ao admitir que não gostava da criança. Diz que agrediu o menino na quinta-feira da semana passada, mas há lesões mais recentes, de acordo com o laudo. Davi morreu na noite de terça-feira (26), por volta das 19h. Ele foi abandonado, já sem vida, no hospital do município pela própria madrasta.

 

Ao delegado, a mãe Luana afirmou desconhecer as agressões, mas testemunhas garantiram que tanto ela quanto a companheira já vinham, por vezes, agredindo a criança. Afirmou que a mãe foi, no mínimo, conivente com as agressões, embora Fabíola afirme que agiu sozinha, quando a companheira não estava.

 

A madrasta afirmou que a criança era arteira, não obedecia e teria tentado corrigi-la.

 

Na tarde de ontem, o delegado solicitou um relatório ao Conselho Tutelar do município. A resposta foi de que não tinham conhecimento das agressões sofridas pela criança. 

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