O empresário Valter José Kobori isentou os irmãos Paulo e Pedro Zamar Taques de envolvimento no esquema de cobrança de propina no âmbito do Departamento Estadual de Trânsito (Detran). Em depoimento prestado junto aos promotores do Grupo de Atuação Especial contra Crime Organizado (Gaeco) na última sexta-feira (11), o ex-executivo da empresa EIG Mercados afirmou que os advogados não pediram propina para garantir a continuidade do contrato da empresa com o órgão de trânsito.
“Jamais houve qualquer pagamento de vantagem indevida a pedido de Pedro Zamar ou Paulo Taques”, diz trecho do depoimento do Kobori.
Durante a oitiva, o empresário ainda frisa que relatou aos proprietários da empresa, José Henrique Gonçalves Neto e seu pai, José Ferreira Gonçalves, que o pagamento de propina a políticos de Mato Grosso para manutenção do contrato iria acabar na gestão do governador Pedro Taques (PSDB).
“O interrogando confirma ter vínculo pessoal com os irmãos Pedro Zamar Taques e Paulo Taques, contudo, mantém maior proximidade com Pedro. Confirma também ter comentado com José Neto sobre essa amizade que mantinha com Pedro Zamar e Paulo Taques e que por isso comentou com Neto que não haveria mais cobrança de propina por parte do Estado de Mato Grosso, já que conhece a índole da família e tinha certeza dessa afirmação”, afirmou o empresário.
Kobori e os irmãos Taques foram presos na última semana durante a “Operação Bônus”, 2ª fase da “Bereré”. Eles são acusados de envolvimento em um esquema criminoso que desviou aproximadamente R$ 30 milhões dos cofres do Detran por meio de fraude em licitação e pagamento de propina.
Por meio de nota, a defesa de Kobori classifica seu cliente como “vítima”. Para ele, os proprietários da empresa estariam fazendo uma armação para ele.