Sexta-feira, 08 de Novembro de 2024

POLÍCIA Sexta-feira, 24 de Maio de 2024, 10:20 - A | A

Sexta-feira, 24 de Maio de 2024, 10h:20 - A | A

NA MIRA DA LEI

Capitão e soldado podem pagar R$ 1 milhão por morte de aluno em treinamento do Corpo de Bombeiros

Da Redação do O Bom da Notícia

O Ministério Público Estadual (MPE) ofereceu denúncia nessa quinta-feira (23) contra o capitão do Corpo de Bombeiros, Daniel Alves de Moura e Silva, e o soldado Kayk Gomes dos Santos, pela morte do aluno Lucas Veloso Peres, de 27 anos, que morreu durante um treinamento do Corpo de Bombeiros, em fevereiro deste ano, na Lagoa Trevisan, em Cuiabá.

Além da denúncia, o MP pede que eles sejam obrigados a pagar R$ 1 milhão em indenização à família da vítima.

"Por fim, requer-se, ainda, a fixação de valor mínimo para reparação dos danos causados em favor dos familiares da vítima ex-Al Sd BM Lucas Veloso Peres, em R$ 700.000,00 (setecentos mil reais), a ser arbitrado em desfavor do denunciado Cap BM Daniel Alves de Moura e Silva, ainda que inestimável a vida. E no montante de R$ 350.000,00 (trezentos e cinquenta mil reais), a ser fixado em face do increpado Sd BM Kayk Gomes dos Santos, ainda que inestimáveis o sofrimento e a dor dos familiares, como forma de dar efetividade ao artigo 387, inciso IV, do Código de Processo Penal", diz trecho da denúncia.

De acordo com a denúncia do MP, a vítima  havia percorrido cerca de 100 metros do início da travessia a nado e passou a ter dificuldades na flutuação. Porém, o capitão Daniel Alves, desconsiderando o estado de exaustão do aluno, determinou que a vítima soltasse do flutuador e continuasse o nado.

Em seguida, o capitão teria insistido e mandado que Lucas soltasse o equipamento de segurança, determinando para o soldado Kayk que retirasse o equipamento do aluno.Lucas, desesperado com o intenso sofrimento físico e mental, começou a gritar por socorro, pedindo para sair da água.

Após se afogar, foi constatado que Lucas não possuía mais pulsação e que o rapaz havia entrado em parada cardiorrespiratória, tendo morrido no local, aponta a denúncia.

Após a morte de Lucas, o governador Mauro Mendes (UB) assinou o decreto que institui a gravação dos treinamentos dos órgão da Segurança Pública em Mato Grosso.

Mais do caso

 Lucas morreu no dia 27 de fevereiro enquanto participava de um treinamento para se tornar soldado do Corpo de Bombeiros. Na época, foi confirmado pelos próprios bombeiros que o jovem foi socorrido pelas pessoas que acompanhavam o treinamento e levado a um hospital particular da capital, no entanto, não resistiu e morreu na unidade de saúde.

Lucas era natural de Goiás e, quando morreu, realizava uma instrução de salvamento dentro d’água. O exame de necropsia apontou que a vítima morreu afogada.