Após protagonizar uma cena de agressão e truculência contra um idoso de 91 anos, o investigador da Polícia Civil, Ailton Afonso Batista, 51, veio a público pedir “perdão” por meio de nota divulgada pelo Sindicato dos Investigadores de Mato Grosso (Sinpol-MT).
O agente público que é acusado de lesão corporal, será ouvido na tarde desta segunda-feira (30) na Corregedoria do órgão, em Cuiabá. Segundo a assessoria de imprensa, o depoimento será colhido pelo corregedor-geral, delegado Sérgio Medeiros, como já era esperado.
A agressão contra o aposentado Vitalino Xavier Santos, ocorreu dentro de uma agência da Caixa Econômica Federal, situada na avenida Fernando Corrêa, na Capital, na semana passada. Na ocasião, o policial acusou o idoso de ter furtado um cartão de banco.
Segundo boletim de ocorrências, o agressor chegou a apontar uma arma para a vítima e ainda a derrubou com um empurrão brusco.
Em um vídeo de pouco mais de 30 segundos, que foi filmado por um cliente da agência, é possível ver o momento em que o idoso é agredido. Ele bruscamente é arremessado no solo e aparenta ter se machucado.
Na retratação divulgada no site do Sinpol, o investigador mostra arrependimento e diz que deveria ter agido com a “razão”, pois “é essa a postura que se espera” de um agente da Segurança Pública.
“Eu estou convencido de que deveria ter agido com a razão, em vez de me deixar levar pela emoção, pois é esta a postura que se espera de um policial civil”, diz trecho.
Apesar de pedir perdão, o investigador argumenta que é preciso levar em consideração a sobrecarga de serviço pela qual um policial é submetido, uma vez que “são vítimas de tamanha violência em nosso país”. Em contrapartida, ele admite que nada justifica a sua conduta na última semana.
O idoso de 91 anos que foi agredido, é um sargento da reserva da Polícia Militar. Ele já prestou depoimentos as autoridades.
Na tarde desta segunda, o corregedor-geral da Polícia Civil deverá ouvir o investigador, que poderá ser penalizado.
Leia a nota:
RETRATAÇÃO
A respeito de um incidente em que eu abordo de forma agressiva um cidadão no interior de uma agência bancária, amplamente divulgado nas redes sociais, eu peço PERDÃO à vítima e seus familiares, à minha família e à comunidade mato grossense por cometer tal insensatez.
Eu estou convencido de que deveria ter agido com a razão, em vez de me deixar levar pela emoção, pois é esta a postura que se espera de um policial civil com 51 anos de idade.
É preciso lembrar, também, que o desempenho da função policial sofre uma sobrecarga de serviço que significa trabalhar sob pressão, principalmente em um momento em que os policiais são vítimas de tamanha violência em nosso país. Porém, nada justifica a minha falha.
Contudo, antes de ser policial civil, eu também sou um ser humano sujeito a erros como qualquer outra pessoa. E eu estou ciente do meu erro, e preparado para responder pelo que fiz.
E devo admitir, por último, que eu e meus familiares temos sofrido demais com esse episódio. Mas tenho, também, aprendido muito com ele. Hoje, definitivamente, eu não agiria daquela forma, e peço DESCULPAS a todos.
Cuiabá, 30 de julho de 2018
AILTON AFONSO BATISTA
Investigador da Polícia Civil