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POLÍCIA Quinta-feira, 14 de Junho de 2018, 11:17 - A | A

Quinta-feira, 14 de Junho de 2018, 11h:17 - A | A

VÁRZEA GRANDE

Pai com filho doente chama polícia por mal atendimento em UPA

Karollen Nadeska, da Redação

Um homem chamou a polícia e registrou boletim de ocorrências, após ter atendimento recusado pela plantonista do laboratório da Unidade de Pronto Atendimento (UPA), do bairro Ipase, em Várzea Grande. Vítima estava com filho doente, precisando com urgência de atendimento. A confusão ocorreu na madrugada de quarta-feira (13), por volta das 03h, onde a enfermeira chefe também foi responsabilizada pelo suposto descaso.

 

Conforme o boletim de ocorrências, A.L.V.M., de 32 anos, comunicante do fato, acionou uma viatura da Polícia Militar em razão do mal atendimento na unidade. O autor da denúncia relatou que chegou na metade da madrugada com o filho, que estava sentindo fortes dores e recebeu a notícia de que já teria que aguardar, em razão do médico estar no seu horário de descanso, o que é permitido por lei. No entanto, o pai da criança frisou que naquele momento a UPA estava “vazia” e que levou cerca de 40 minutos para a consulta médica.


Contudo, o homem frisou que o médico não levou mais que 10 minutos para o examinar o menor e que em seguida os encaminhou para o laboratório a fim da realização de exames. Mas, ao chegar no local foi informado que teria que aguardar até às 6h da manhã, pois a responsável estava “dormindo”.


Dito isto, o pai ficou furioso e resolveu chamar à polícia, para que providências fossem tomadas. A guarnição então se fez presente, onde foram informados de todo ocorrido. A enfermeira chefe e a funcionária imediatamente foram acionadas e a chefe de plantão alegou que não atendeu, porque estava no seu horário de repouso.


Todavia, a enfermeira confirmou que o atendimento só poderia ser feito no início da manhã, devido ao respeito ao horário de trabalho da plantonista, mas disse que não se tratava da mesma pessoa escalada para o turno, dando conta de irregularidade.


O caso foi registrado na Central de Ocorrências de Várzea Grande, como fato atípico de natureza diversa.


Outro lado


O secretário de Comunicação do Município, Marcos Lemos, no entanto, rebateu as acusações apresentadas no boletim de ocorrências, e disse que apesar do tumulto, a criança foi atendida prontamente.


“Primeiro de tudo a criança foi atendida e depois foi feito o exame, não houve problema nenhum, tanto é que não demorou cerca de dez minutos para ela ser atendida pelo médico. O que aconteceu foi que a mulher estava cobrindo horário da funcionária original, ela é da rede de saúde, o que não é desregular, nem ilegal, nem nada. Essa questão da folga faz parte de convenção coletiva, eles têm direito de descanso de dez minutos a cada duas horas. Mas, o que não poderia acontecer é ela ter se negado a atender a criança. Isso não existe, não atender”, disse o secretário.


Ele ainda informou que um Processo Administrativo Disciplinar (PAD), poderá ser instaurado por determinação da Secrearia de Saúde, a fim de esclarecer a conduta da profissional. Porém, esclareceu que a mesma é servidora da rede de saúde da cidade e que apenas teria negado atender o garoto, em virtude do seu horário de descanso, o que é estabelecido por lei.


“Ela é uma funcionária concursada da rede, mas ela não era da Upa. O recomendado na comissão de sindicância é que vai apurar para ver se vai virar um PAD [Processo Administrativo Disciplinar]”, informou.

 

Veja a nota da secretaria

 

NOTA DE ESCLARECIMENTOS

 

A Secretaria de Comunicação Social de Várzea Grande em relação ao pedido de esclarecimentos deste conceituado órgão de comunicação sobre fatos ocorridos na Unidade de Pronto Atendimento - UPA IPASE esclarece que:


Paciente com 10 anos de idade deu entrada na referida unidade com quadro que inspirava cuidados. Foi prontamente atendido pelo médico de plantão que requisitou exames complementares que são essenciais para a convicção do diagnóstico;


Os exames foram realizados;

 

Ocorre que entre o encaminhamento do paciente para a realização dos exames, a servidora da Saúde Municipal se encontrava em período de descanso, respeitando regra e acordo coletivo de trabalho;

 

A referida funcionária, mesmo pertencendo a Saúde Pública não está lotada na UPA IPASE e apenas cumpria troca de plantão entre profissionais, o que está amparado em lei;

 

As Secretarias de Comunicação Social e de Saúde de Várzea Grande, informam que a recomendação superior é para o correto e devido atendimento de todas as pessoas que procurarem não apenas das unidades de Saúde do SUS, como qualquer unidade pública.

 

O Secretário de Saúde determinou a instauração de uma Comissão de Sindicância para apuração dos fatos e se comprovados o devido Processo Administrativo Disciplinar - PAD.