Sábado, 27 de Julho de 2024

POLÍCIA Quarta-feira, 13 de Março de 2024, 14:58 - A | A

Quarta-feira, 13 de Março de 2024, 14h:58 - A | A

GARANTE DEFESA

Pix de fazendeiro a coronel, acusado de mandar matar Zampieri, seria para atos pró-Bolsonaro

Da Redação do O Bom da Notícia

A defesa do fazendeiro Aníbal Manoel Laurindo, 74, suspeito de ser um dos mandantes do assassinato do advogado Roberto Zampieri, afirmou que a transferiria, via Pix, no valor de R$ 2 mil feita para o coronel Etevaldo Caçadini teve objetivo de ajudar a financiar passeatas em favor do ex-presidente do Brasil, Jair Messias Bolsonaro(PL). 

A transferência foi justamente uma das provas colhidas pelas autoridades policiais para mostrar a ligação entre eles no suposto objetivo de matar Zampieri. Vale lembrar que Caçadini está preso por suspeita de encomendar a execução do jurista.

Aníbal foi preso temporariamente na última segunda-feira (11) e solto no mesmo dia, após audiência de custódia. Foi colocado em liberdade provisória mediante o cumprimento de medidas cautelares, como o uso de tornozeleira eletrônica, e também teve seu passaporte e registro de Colecionador, Atirador Desportivo (CAC) suspensos.

No pedido de substituição da prisão temporária por medidas cautelares, acatado pela justiça, a defesa de Aníbal sustentou que os R$ 2 mil que ele transferiu à Caçadini ocorreu no contexto das manifestações pró-Bolsonaro.

Conforme as autoridades policiais informaram nesta semana ao prenderem Aníbal, ele e Caçadini se conheceram no grupo chamado "frente ampla patriota", de apoio ao ex-presidente da República.

Conforme as investigações, neste grupo Aníbal teria confidenciado que tinha o desejo de matar Zampieri porque acreditava que o jurista tinha uma suposta influência no alto escalão no Tribunal de Justiça de Mato Grosso, assim, perguntou ao coronel se conhecia alguém que pudesse cometer o crime.

"Eles iam para frente de quartéis, pedindo uma ação mais enérgica do exército em prol do conservadorismo", explicou o delegado Nilson Farias, da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), que está à frente do caso.

Zampieri foi executado, no dia 5 de dezembro, enquanto deixava o escritório em que trabalhava e, ao entrar no seu veículo, um Fiat Strada, foi surpreendido pelo assassino, que efetuou ao menos 10 disparos na direção do advogado.
Nas gravações, obtidas por meio de câmeras de segurança de empreendimentos da localidade, é possível ver que o assassino cometeu o crime com o rosto descoberto, usando uma caixa para abafar o som, e que ele fugiu a pé.

A Polícia Civil já indiciou por por homicídio qualificado três suspeitos de participação no crime: Etevaldo Luiz Caçadini, Antônio Gomes e Hedilerson Barbosa. Para a polícia, não há dúvidas da participação do trio no crime. Caçadini é o suposto financiador, Antônio Gomes da Silva é apontado como executor; e Hedilerson Barbosa como o suposto intermediário.