A Polícia Federal deflagrou, nesta terça-feira (4/11), a Operação Agloe, com o objetivo de desarticular um esquema de fraudes em financiamentos habitacionais e empréstimos bancários que causou prejuízo superior a R$ 45 milhões à Caixa Econômica Federal (CEF).
Cerca de 50 policiais federais cumprem 17 mandados de busca e apreensão e um de prisão preventiva nos estados de Mato Grosso, Pará, Bahia e no Distrito Federal. As ordens judiciais foram expedidas pela Justiça Federal, que também determinou o sequestro de bens de 84 pessoas físicas e jurídicas envolvidas na investigação.
A apuração começou após comunicação da própria Caixa, que identificou inconsistências em documentos de comprovação de renda apresentados por novos correntistas na contratação de financiamentos habitacionais. Segundo a PF, os contratos passavam pela intermediação de um mesmo responsável técnico e estavam ligados a empreendimentos imobiliários voltados à aquisição de terrenos e construção de imóveis em condomínios fechados.
As investigações revelaram uso de laranjas, triangulação de empréstimos e falsificação de documentos, em um esquema que desvirtuava programas de habitação popular. O principal investigado, de acordo com a Polícia Federal, divulgava nas redes sociais uma suposta “metodologia” para conseguir crédito imobiliário sem recursos próprios, vendida em forma de cursos e treinamentos. Nas publicações, ele prometia que o banco seria um “sócio” dos investidores — argumento usado para atrair interessados em participar do golpe.
As medidas executadas nesta terça visam coletar provas e identificar todos os envolvidos no esquema, além de recuperar parte dos valores desviados.