Ainda que tenha se desculpado com jornalistas, após assumir cadeira na Câmara Federal, ao que rotulou de certa dificuldade nestas relações, o deputado federal Abílio Brunini(PL) acredita, no entanto, que a imprensa 'escolhe seus vilões e heróis', passando a promover a imagem de alguns e desconstruir a de outros perante a opinião pública.
Pontuando que, entretanto, ele sabe discenir o repórter do dono do veículo de comunicação e que, assim, claro, há boas exceções no meio. Mas sem esconder que tem uma certa dificuldade de ser entendido.
A declaração foi feita esta semana em entrevista ao Cast do Bom no site O Bom da Notícia, quando criticou a forma como determinadas figuras são tratadas nos veículos de comunicação em Mato Grosso e no país. "Quando os formadores de opinião na imprensa escolhem alguém para Cristo ou como herói, pouco importa os méritos ou deméritos da pessoa em questão, pois eles vão crucificar aqueles que eles não gostam e promover aqueles que eles gostam".
Ao, inclusive, se comparar com o ex-deputado e referência do conservadorismo no país, Enéas Carneiro, ao queixar-se que ambos foram atacados por conta de um "personagem" criado pela imprensa por conta de fatores estéticos, como a aparência física e o modo de falar dos dois.
Enéas Carneiro após se candidatar três vezes à Presidência da República (1989, 1994 e 1998) e uma vez à Prefeitura de São Paulo (2000), ele foi eleito deputado federal por São Paulo, em 2002, recebendo votação recorde: mais de 1,57 milhões de votos, a segunda maior votação já registrada no país.
"Eu gosto de comparar meu caso com o Enéas, que também foi taxado de louco, e era um cara extremamente inteligente. Contudo, por seu fator estético, sua forma de falar, sua iconografia acabaram tirando-o do cenário político".
Ao ainda afirmar - sobre 'vilões e heróis -, que se o ex-governador de Mato Grosso, Silval Barbosa, preso em 2017, sob acusação de liderar esquemas de propina, se candidatasse nas próximas eleições, ele seria eleito de 'mãos pra trás'. Apontando a boa imagem do ex-gestor estadual junto à imprensa por, supostamente, enviar muitos recursos, na época, aos veículos de comunicação. E ter também uma boa avaliação junto aos servidores públicos estaduais pelos benefícios assegurados por ele à categoria.
"Eu imagino que se o Silval fosse candidato, hoje, ele ganhava. Aliás, teria a chance de ser um dos deputados mais votados [...] Silval Barbosa foi o governador que mais promoveu leis e benefícios para o servidor público. Nem o Blairo (Maggi) conquistou tamanho carisma dentro do servidor como o Silval. As pessoas tem esse carinho pelo político 'malandro', porque o corrupto nunca é desagradável", completou Abilio sobre a popularidade de Silval.
De acordo com Abílio foi, aliás, esta sua imagem de irreverente, até para alguns de 'arrogante' que determinaram, ao final, sua derrota no segundo turno das eleições, em 2020, quando disputou o comando do Palácio Alencastro com o prefeito Emanuel Pinheiro(MDB), que buscava a reeleição, ganhando um pleito por pouco mais de seis mil votos em uma verdadeira queda de braço eleitoral.
"Então, o que se constrói em cima daqueles que combatem a corrupção é uma imagem de atrito, de conflito, e esse é o resultado de eu perder a eleição em 2020".
Ao, igualmente, negar ser um político da extrema-direita, apesar de alguns jornalistas insistirem em realizar matérias com esta imagem negativa desde que assumiu a Câmara Federal. Bem diferente, ainda conforme Abílio, da imagem que tem junto à população, já que as pesquisas o têm colocado na liderança de intenções de votos dos eleitores cuiabanos, mostrando que desde sua atuação como vereador, até agora como deputado, tem agradado boa parte destes eleitores.
"A imprensa faz matéria negativa desde quando assumi na Câmara Federal. Ao mesmo tempo, já fizeram 5 pesquisas aqui em Cuiabá e eu sigo na frente em todas. Então significa uma aprovação da população. Mostrando que minhas votações, minhas falas, minhas ações, não são de extrema-direita".
Veja a entrevista na íntegra: