Após novo pedido nesta terça-feira (17), do prefeito de Cuiabá, o emedebista Emanuel Pinheiro, para que a Assembleia Legislativa apurasse denúncia protocolada por ele, no início de dezembro, sobre suposto uso da máquina administrativa do governo do Estado, para prejudicá-lo, ainda no mesmo dia, à noite, foi aprovado - sem alarde -, requerimento de autoria do deputado Lúdio Cabral (PT), no plenário da Casa de Leis.
E, assim, os delegados Lindomar Toffoli e Anderson Veiga foram convocados para explicarem no parlamento estadual, a remoção de ambos da Delegacia Especializada em Crimes Fazendários contra a Administração Pública [Defaz], que, de acordo com a denúncia de Pinheiro, foram designados para investiga-lo, em suposta compra de votos de vereadores da capital, para cassar o mandato do parlamentar municipal, Abílio Junior (PSC). Mas que, no entanto, sem provas suficientes que subsidiassem o caso, decidiram não fazê-lo e, assim, teriam sido removidos da Defaz, por meio de um ato administrativo, "sem razões fáticas e fundamento legal".
A denúncia teria surgido após recair sobre Emanuel, suspeitas, de que estaria comprando votos dos parlamentares em reunião realizada no Condomínio Belvedere, na residência do vereador da base de apoio do prefeito, na Câmara, Juca do Guaraná(Avante).
A compra para colocar fim ao mandato de Abílio, um dos oposicionistas mais ferrenhos da atual administração do Alencastro, estaria pautada em um boletim de ocorrências de uma servidora do Hospital São Benedito que teria participado da reunião no condomínio de luxo e gravado a suposta compra do prefeito da capital.
"Eles se utilizariam de um BO, feito por uma mulher, sem qualquer nexo. Uma farsa montada. Como não concordaram em compactuar com este plano para me destruir, foram prejudicados profissionalmente. Gostaria que nada disto estivesse acontecendo. Mas não posso me silenciar. As pessoas que me trouxeram a denúncia merecem respeito e credibilidade. Não posso prevaricar. Assim, claro, estou pedindo uma investigação", repetiu nesta terça, o prefeito emedebista na inauguração da Estação Bispo Dom José.
Na época em que Pinheiro protocolou o documento, com pedido de investigação, na Assembleia, o delegado-geral da Polícia Civil, Mário Demerval que, em tese, seria o alvo, por conta de ter sido o responsável pelas remoções dos delegados, chegou a refutar a denúncia do prefeito - sobre a utilização do aparato do Estado para investigá-lo ilegalmente -, por meio de nota enviada aos mailings dos veículos de comunicação da capital.