Com retorno à Assembleia, com fim do recesso parlamentar, o presidente da Casa, o deputado Eduardo Botelho assegurou à jornalistas, esta semana, que teria redigido ofício à presidência da Comissão de Ética, cobrando resultado sobre as investigações no caso Cattani, na Casa de Leis.
"Foi dado um prazo para eles e não cumpriram. Eu quero resultado. Eles têm que devolver para a presidência ou pedir uma extensão de prazo. Eu quero uma resposta disso", assegurou o presidente do Legislativo estadual.
Ainda que alguns deputados peçam publicamente uma punição rigorosa para o colega de parlamento, outros não acreditam que nem ao menos ocorrerá uma penalização mais pedagógica contra o deputado bolsonarista Gilberto Cattani(PL), que no dia 15 de maio, na reunião de abertura da Frente Parlamentar de Combate ao Aborto - Pró-Vida, comparou a gestação das mulheres às vacas. Depois colocou sua esposa, Sandra Cattani, mugindo em vídeo, nas redes sociais, como forma de debochar das matérias divulgadas pelos veículos de comunicação. E ainda gravou vídeo pedindo desculpas às vacas por compará-las às mulheres
Dentre os que acreditam que o caso do parlamentar bolsonarista resultará em pizza está o social democrata, Wilson Santos. Expulso da comissão após ser arguido de suspeição, por Cattani, em pedido aceito por meio de votos dos deputados Max Russi(PSB), Elizeu Nascimento(PL) e Janaina Riva(MDB), o deputado chegou a revelar para imprensa que não estaria observando nenhuma movimentação dos membros da comissão para que o caso seja concluído com uma punição.
Ao, igualmente, revelar que estaria questionado a presença da deputada Janaina Riva, na comissão, já que supostamente ela teria adiantado seu voto contrário à cassação, bem como do deputado Elizeu que é do mesmo partido de Cattani. "Eu fiz esses questionamentos e estou aguardando, mas até agora, no caso Cattani, o único punido sou eu [...] Assim, acho que as investigações vão terminar em pizza, só não sei se vai ser de calabresa, ou aquela outra que também está tendo bastante saída, a marguerita".
As ações do deputado bolsonarista ganharam vasto material nas mídias, se tornaram temas de debates acalorados em reuniões de coletivos que estudam a questão da mulher em Mato Grosso. Se transformaram em denúncia feita pela Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Mato Grosso (OAB-MT), por meio da presidente da Ordem, Gisela Alves Cardoso e da presidente da Comissão da Mulher Advogada, a procuradora Glaucia Amaral. E apresentada na Assembleia Legislativa à presidente em exercício, na época, Janaina Riva.
Após inúmeras críticas o bolsonarista pediu desculpas às mulheres sob o argumento de que teria sido mal-entendido e que não teve intenção de agredir à nenhum mulher.
"[...] Não tive intenção de agredir quem quer que seja, minha intenção é defender os valores que consideramos essenciais, entre eles, a defesa da família, a defesa da mulher, a defesa do nosso cidadão".