O presidente da Assembleia Legislativa Eduardo Botelho (UB) disse à imprensa nesta quarta-feira (13), que o governador Mauro Mendes (UB) está disposto a encontrar uma solução para as famílias que se instalaram no loteamento Brasil 21, localizado nas margens do Contorno Leste, em Cuiabá. Após terem sido alvos de ação de reintegração de posse determinada pela Justiça estadual nesta última segunda-feira (11).
Segundo Botelho, o Estado poderá ceder ou locar uma área para abrigar essas famílias.
“Tive reunião com o secretário-chefe da Casa Civil e o governador. E, conforme Mauro Mendes, ele está pronto para ajudar a resolver o problema. Contudo, não é favorável a comprar uma área, mas locar uma que seja do estado, dentro da capital, para que possa vir recursos para construção de casas que abriguem essas pessoas”, disse.
Para Botelho, este imbroglio jurídico já tem cinco anos, e como a reintegração de posse demorou a ocorrer, tornou a situação um grande problema.
“O problema é que deixou muito tempo, tem mais de cinco anos esta situação. Hoje tem tudo construído lá e quase mil famílias vivendo naquele lugar. Assim, virou um problema. A prefeitura e o estado devem agir o mais rápido possível. Como vai fazer agora, pegar essas pessoas e jogar na rua?”,disse.
“O poder público tem que ser mais rápido nessas ações. Tem que ser construído um projeto para abrigar essas pessoas, não necessariamente nessa área. O governo tem áreas que podem alocar e remanejar essas pessoas. São discussões que devemos ter com o governo”, acrescentou.
No fim da manhã desta quarta-feira, as entradas do Palácio Paiaguás foram trancadas com correntes e cadeados para evitar a entrada das famílias que reivindicam moradia. Mas tanto Botelho quanto o deputado estadual Wilson Santos se reuniram no Paiaguás com Fabio Garcia e o governador Mauro Mendes.
O grupo estava nas galerias da Assembleia Legislativa e se deslocaram até a sede do Poder Executivo, acompanhando uma comissão de deputados criada para negociar.
Os parlamentares, liderados por Wilson Santos (PSD), tentam uma reunião com o chefe da Casa Civil, Fábio Garcia, para por fim a ação de destruição das casas e barracos construídos no Brasil 21.
Além de Wilson, a comissão foi composta pelos deputados Valdir Barranco (PT), Gilberto Cattani (PL), Elizeu Nascimento (PL) e o líder do governo, Dilmar Dal Bosco (União) - único que não se deslocou até o palácio.
“Uma guerra é feita de várias batalhas, não quer dizer que nós perdemos duas, três batalhas que nós perdemos a guerra. Nós saímos daqui hoje, infelizmente o entendimento do governo é de que o proprietário tem o direito de fazer a demolição, nós pensamos diferente. O deputado Barranco está articulando uma ida nossa a Brasília amanhã, no mais tardar segunda-feira para falar com o ministro das cidades que é quem toca o programa minha casa minha vida”,
“Na sexta-feira eu estarei acompanhando o secretário Fábio Garcia que vai mostrar algumas áreas que o governo pode colocar a disposição algumas áreas, alguns lotes. A negociação não está terminada. O Barranco está trabalhando Brasília e eu a Casa Civil. Nós estamos em duas frentes de trabalho. Continuamos juntos, ninguém solda a mão de ninguém”, finalizou Wilson.
Sem terem para onde ir, as famílias sem negam a deixar as casas. A desapropriação é resultado de uma decisão da juíza Adriana Sant’Anna Coningham, da 2ª Vara Cível Especializada em Direito Agrário de Cuiabá, que determinou o cumprimento da reintegração de posse na última segunda, há pelo menos um ano inúmeras audiências de conciliação vêm sendo feitas entre os ocupantes e a empresa que reivindica propriedade da área.