Nesta segunda-feira(18), em entrevista no programa Notícia de Frente, na TV Vila Real, o deputado Gilberto Cattani(PL) deixou claro que 'não vai arredar pé' de realizar uma queda de braço judicial com a vereadora Maysa Leão(Republicanos, sob o argumento que a parlamentar nunca teria ligado para ele e lhe pedido que removesse o vídeo de suas redes onde onde ambos aparecem divergindo sobre a punição adequada para quem cometesse o crime de estupro.
"Ela não me pediu para retirar o vídeo. Ela pediu simplesmente no post [nos comentários] que eu apagasse o vídeo, mas não me ligou pedindo isto. Depois ela foi para a Tribuna e me ofendeu e ofendeu a minha honra. E eu não acompanho os comentários das minhas redes, nem sabia. O post é uma parte de um podcast que não recortei nada. Se ela me ligasse eu com certeza tiraria. Mas como ela mentiu ao dizer que teria me procurado e depois me ofendeu na tribuna não vou tirar. Só mais tarde que ela mandou um documemmto para o meu gabinete, mas não me ligou, então nesse sentido ela está mentindo".
Maysa e o Cattani protagonizam um enfrentamento histórico por conta de postagem feita pelo bolsonarista em seu Instagram. A republicana alega que o deputado, ao postar um recorte de 90 segundos de um diálogo que durou mais de 1 hora, no Cast do Bom, no site O Bom da Notícia, ocorrido no dia 10 de agosto, ele supostamente 'teria incitado seus seguidores ao crime de ódio e violência política de gênero'. Ao pedir que seguidores comentassem seu posicionamento a favor da castração[retirada] do membro de homens que cometem crime de estupro. Em cujo recorte a vereadora disse sobre a necessidade de mais estudos sobre o caso, porque a justiça julga seres humanos, assim, com cuidado para que as 'punições não remetam a humanidade à barbárie e aos tempos medievais'.
A postagem nas redes sociais recebeu vários comentários, dentre eles vários desejos de que a vereadora deveria ser estuprada para não defender bandido. 'De que se ela, sua filha e mãe fossem estupradas, amarradas e retalhadas, ela não pensaria assim'. Ao demonstrar que o conteúdo gerou um entendimento equivocado nos internautas de que a vereadora seria uma defensora de estupradores.
Por conta desta queda de braço, a republicana protocolou queixa do fato à Procuradoria da Mulher na Assembleia Legislativa, após Cattani se recusar a excluir de suas redes sociais a postagem ao qual sugere que a parlamentar defende estupradores. E no dia 4 de setembro - acompanhada dos vereadores Demilson Nogueira e Luis Claudio(ambos do PP) -, Maysa entregou a documentação ao presidente da Assembleia Legislativa, Eduardo Botelho(União), pedindo providências, com o aval de pelo menos 16 assinaturas de vereadores da Câmara Municipal de Cuiabá.
Para Cattani, ele está sendo alvo de mentiras e distorções às suas falas, ao garantir que sempre defendeu as mulheres e que prova disto é o seu projeto de lei nº 347/2022 que objetiva que mulheres sob medida protetiva decretada por ordem judicial possam portar arma de fogo, como forma de garantir à estas mulheres condições de defender a própria vida.
"Sou um dos poucos deputados que criou proposta em favor das mulheres, dando o direito de elas terem porte de arma para se protegerem no caso das medidas protetivas. O que falam de mim são mentiras, falácias. Mentem como forma de me atacar. Pois eu entendo que homens e mulheres são iguais ou seja tem os mesmos direitos".
Entenda o caso
A postagem é um trecho de podcast no site O Bom da Notícia em que ambos, Maysa e Cattani, estiveram presentes. No vídeo postado por Cattani, ambos aparecem divergindo sobre a punição adequada para quem cometesse o crime de estupro. Para Maysa, Cattani permitiu a violência contra ela ao pedir que seus seguidores nas redes sociais comentassem o assunto. Dando brecha a comentários de que a 'vereadora deveria ser estuprada para não defender bandido'. 'De que se ela, sua filha e mãe fossem estupradas, amarradas e retalhadas, ela não pensaria assim'. Ao demonstrar que o conteúdo gerou um entendimento equivocado nos internautas de que a vereadora seria uma defensora de estupradores.
Após pedir que apagasse seu comentário via postagem em que distorce sua fala, Leão solicitou ao deputado por ofício para que o parlamentar apagasse o conteúdo e em menos de 24 horas o mesmo negou a retirada e ainda entrou contra ela na Jstiça por crimes de calúnia, injúria e difamação.
Na quinta-feira da semana passada, 14 de setembro, em conversa com jornalistas, a vereadora republicana lamentou que sua trajetória esteja sendo questionada, sobretudo, porque pauta seu trabalho fora e dentro da ambiência política, na defesa pela erradicação da violência contra crianças e mulheres.
“Fica agora o peso político, o peso da minha trajetória de vida, sendo questionada no vídeo. Eu que sempre fui ativa defensora da erradicação da violência contra crianças e mulheres. Tenho trabalho social prestado e trabalho parlamentar ativo, assim, claro, é triste ver nas redes minha atuação sendo questionada [...] o peso dessa atitude do deputado (Cattani) a gente não sabe avaliar até agora” afirmou a vereadora Maysa Leão para imprensa (14).
Outro lado
Em contrapartida, a defesa de Cattani alega que a veredora Maysa Leão teria cometido crimes de calúnia, injúria e difamação. E solicitou a instauração de uma investigação por suposta quebra de decoro contra a parlamentar, na Câmara de Vereadores de Cuiabá, sob o argumento de estar sendo acusado sem provas de incitar pessoas a cometerem crimes.
De acordo com o advogado do deputado, Daniel Luis Nascimento Moura, Maysa estaria cometendo crimes de calúnia, difamação e injúria ao dizer à imprensa e na Tribuna da Câmara Municipal que Cattani incentivou pessoas a ameaçarem ela e seus familiares.
"O corte publicado por Cattani não houve edição e é o mesmo que está na entrevista que está no Youtube para qualquer pessoa ver".
Veja vídeo de Cattani no Notícia de Frente