Domingo, 19 de Janeiro de 2025

POLÍTICA Segunda-feira, 04 de Junho de 2018, 17:37 - A | A

Segunda-feira, 04 de Junho de 2018, 17h:37 - A | A

OPERAÇÃO BERERÉ

Deputados se utilizam de prerrogativa para visitar Savi na cadeia

Kamila Arruda, da Redação

O Tribunal de Justiça restringiu as visitas aos presos durante a Operação Bônus, segunda fase da Operação Bereré. A decisão foi proferida pelo desembargador José Zuquim Nogueira, que atendeu a um pedido do Ministério Público Estadual (MPE), que denunciou supostas “regalias” no que tange a visitas dos presos, em especial do deputado estadual Mauro Savi (DEM).

 

Conforme apurado pelo Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado (Gaeco), autoridades se utilizaram de sua influência política e suposta prerrogativa para adentrar ao Centro de Custódia de Cuiabá sem autorização prévia. "Por intermédio do oficio 2913/2018/GAB, chegou ao conhecimento do coordenador do Gaeco que os presos em decorrência da Operação Bereré/Bônus estariam, em tese, usufruindo de regalias não estendidas aos demais segregados no Centro de Custódia da Capital", diz a representação do Ministério Público Estadual.

 

O promotor Célio Wilson fez a inspeção no local e detectou que os deputados estaduais Max Russi (PSB) e Ondanir Bortolini "Nininho" (PSD), estiveram no local sem autorização alegando terem a prerrogativa de entrar nos prédios públicos diante da condição de serem deputados.

 

"Verifica-se, portanto, que parlamentares estaduais estão se valendo da influência política e de supostas prerrogativas, para desrespeitarem as regras do sistema penitenciário e obterem livre acesso aos denunciados segregados no CCC", acrescentou o MPE.

 

Vale ressaltar que Nininho também foi denunciado no esquema investigado por meio da Operação Bônus. Além dos parlamentares, estiveram ilegalmente no CCC o coronel da Polícia Militar, Nerci Adriano Denardi, que está atuando na Assembleia; e os procuradores do Legislativo Ricardo Riva, Francisco Edmilson Brito Júnior e Greghory Paiva Pires M. Maia. 

 

Também estão detidos no Centro de Custódia, os primos do governador Pedro Taques (PSDB), Paulo Taques e Pedro Jorge Zamar Taques.