O vereador Dilemário Alencar (UB) exigiu nesta terça-feira (20), que a Comissão de Ética da Câmara Municipal de Cuiabá tome medidas contra o colega Paulo Henrique (PV), investigado por suposta conexão com a organização criminosa Comando Vermelho (CV).
“Os vereadores da oposição fizeram sua parte. Apresentamos um pedido para a Comissão de Ética, e agora cabe à comissão tomar as devidas providências, pois foi assim com a vereadora Edna (PT) e com o vereador Paccola (Republicanos)”, disse.
Paulo Henrique é alvo da Operação Ragnatela, que investiga um esquema de lavagem de dinheiro da facção criminosa por meio de eventos em Cuiabá. O vereador teve seu celular e carro apreendidos e é suspeito de usar sua influência na Secretaria de Ordem Pública para facilitar a liberação de licenças para eventos da facção. Apesar das acusações, ele nega qualquer envolvimento.
O caso foi encaminhado à Comissão de Ética em julho, após um requerimento de vereadores da oposição. A Procuradoria-Geral da Câmara havia recomendado o arquivamento do pedido por falta de provas, mas a comissão decidiu solicitar o inquérito completo. O presidente da Comissão, vereador Rodrigo Arruda e Sá (PSDB), informou que o colegiado tem 45 dias para analisar o inquérito de 5 mil páginas e determinar se houve transgressão ao Código de Ética.
“Foi dado o prazo de 45 dias para que a gente faça um estudo. São 5 mil páginas, estamos fazendo um estudo minucioso juntamente com nossa equipe de advogados. Se ele for cassado, e conseguir ser reeleito, a reeleição fica suspensa”, explicou.
Na última semana, Paulo Henrique (MDB) declarou à Justiça Eleitoral não ter nenhum patrimônio em seu registro de candidatura. Ele é candidato à reeleição, mas sua permanência na Câmara de Cuiabá depende tanto da vitória nas urnas quanto do resultado do processo que pode cassar seu mandato. Esta é a terceira vez que o emedebista disputa o cargo de vereador.
Em 2016, declarou possuir três veículos e uma moto, totalizando R$ 48.950,00 em bens. Em 2020, seu patrimônio diminuiu, com a declaração de apenas uma moto, um carro e um depósito em conta corrente, totalizando R$ 23.743,83.